Dr.
Jorge Brandão
Médico
de Medicina Geral e Familiar
Membro
do Conselho de Administração da Fundação Grünenthal
Calcula-se
que entre 1,5% a 7,7% da população sofra de dor neuropática, um tipo de dor
crónica causada por uma lesão ou doença do sistema nervoso que, frequentemente,
é descrita como uma sensações dolorosas tipo queimadura, formigueiro ou choque
elétrico.
A
dor neuropática resulta de lesão das fibras nervosas, em que os impulsos
dolorosos provêm das próprias estruturas neuronais e não das terminações
nervosas estimuladas. Todavia, a dor é projetada para a região abrangida pelo
referido nervo.
A
dor neuropática pode subdividir-se de acordo com a estrutura nervosa envolvida,
por ex., um nervo periférico, raiz nervosa ou sistema nervoso central (espinal
medula, cérebro). Não parece desempenhar qualquer função útil, sendo uma
condição anómala, e é frequentemente difícil de diagnosticar e tratar.
Existem
vários tipos de dor crónica de origem neuropática, como a neuropatia diabética,
a dor do membro fantasma, a nevralgia do trigémio ou a nevralgia pós-herpética.
Uma percentagem significativa de doentes que sofre de lombalgia crónica ou dor
oncológica apresenta, para além de uma componente nociceptiva, uma dor com uma
componente neuropática.
A
dor causada pela presença de um estímulo doloroso em nociceptores denomina-se
dor nociceptiva. A dor nociceptiva, na sua forma aguda, desempenha geralmente
uma função biológica importante (preventiva), uma vez que alerta o organismo
para o perigo iminente e informa-o da ocorrência da lesão ou dano tecidular.
A
dor somática subdivide-se em dor superficial (dor cutânea) que ocorre ao nível
da pele ou membranas mucosas (por ex., pequenas feridas, queimaduras de
primeiro grau) ou dor profunda, que tem origem ao nível dos músculos, ossos,
articulações, ligamentos, tendões, vasos sanguíneos.
A
dor visceral provém das vísceras ou órgãos. Um exemplo deste tipo de dor é a
dor abdominal ou torácica. Caracteriza-se por ser uma dor surda, difícil de
localizar, que é frequentemente acompanhada de reações nervosas autonómicas. A
dor visceral pode irradiar para as correspondentes regiões cutâneas de
referência, sendo assim designada como “dor referida”.
O
tratamento atual da dor é em grande parte baseado na intensidade da dor. A fim
de permitir uma abordagem mais orientada para a escolha do tratamento
farmacológico, idealmente, os médicos deveriam identificar os mecanismos
causais subjacentes aos sintomas específicos de cada paciente.
No
entanto, identificar esses mecanismos na prática é difícil, porque um mecanismo
pode produzir sintomas diferentes e um sintoma pode ser produzido por diferentes
mecanismos.
Se
sente uma dor persistente há mais de 3 meses, procure o seu médico de família
ou especialista para o ajudar a controla-la. Se a dor não for adequadamente
tratada pode afetar gravemente a sua qualidade de vida.
Para
mais informações pode consultar: http://www.pain-cme.net
ou www.change-pain.com.pt
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