Artigo da Dra.
Beatriz Craveiro Lopes, membro da direção da Associação para o Desenvolvimento
da Terapia da Dor (ASTOR)
A
dor orofacial é uma situação de dor associada aos tecidos da cabeça, face,
pescoço e estruturas da cavidade oral. Incluem-se, entre outras, a dor de
cabeça, garganta, por doenças graves como tumor, a dor com origem no sistema
nervoso, e a disfunção da articulação temporomandibular.
A
disfunção temporomandibular caracteriza-se por um conjunto de distúrbios que
envolvem essa articulação, responsável pela ligação entre o maxilar inferior e
o crânio e pelos músculos que permitem a mastigação, associados à região
orofacial e cervical.
É
uma dor músculo-esquelética motivada por vários fatores como o hábito
involuntário de apertarmos o maxilar, o hábito de roer as unhas, morder lábios
e bochechas, ranger os dentes durante o sono (bruxismo), stress, má postura, traumatismos
e reações emocionais intensas.
Estima-se
que a dor orofacial associada a esta disfunção afete cerca de 9 a 13 por cento
da população em geral, porém só cerca de 4 a 7 por cento desses doentes procura
tratamento.
É
mais frequente entre as mulheres e os sintomas são mais evidentes entre os 20 e
os 40 anos. É uma doença que evolui para um estado crónico e com dor severa e
se negligenciada pode ter um grande impacto no sofrimento do paciente, como por
exemplo, afetando o sono e os aspetos psicossociais.
Os
sintomas mais comuns são a dor localizada, sentida no maxilar inferior, de
intensidade moderada a grave, que é mais evidente durante a mastigação. Pode
também levar a dor de cabeça, ouvidos, zumbidos e até a dor no pescoço.
O
diagnóstico da disfunção temporomandibular é baseado na história clínica do
doente e num cuidado exame físico, por exemplo com a palpação dos músculos da
mastigação. Em alguns casos poderá ser necessário recorrer a exames de
imagiologia como um Raio X simples.
O
objetivo do tratamento é controlar a dor, recuperar a função do aparelho
mastigatório, reeducar o paciente e devolver-lhe, na medida em que for
possível, qualidade de vida. Para isso, a disfunção temporomandibular exige uma
abordagem criteriosa feita por uma equipa multidisciplinar.
Este
é um dos temas em discussão no 12º Convénio da ASTOR, que irá decorrer, em
Lisboa, no dia 31 de Janeiro de 2014. Para mais informações consulte: http://www.cast.pt/astor/
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