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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

“PÃO-POR-DEUS, POR ALMA DOS SEUS”


A tradição do PÃO POR DEUS de ano para  ano começa a rarear, esta era uma das tradições mais enraizadas na alma do povo de açoriano, a qual teve a sua origem no sufragar as almas, as chamadas esmolas perdidas, por serem fora de casa e distribuídas no maior recato.

No dia 1 de Novembro viam-se grupos de crianças que andavam de porta em porta, pedindo Pão por Deus, recolhendo em saquinhas, dinheiro.

Era grande o reboliço dos grupos de rapazes e raparigas que iam entoando: Pão por Deus, fia a Deus/Seja tudo pelo Amor de Deus!

Antigamente todas as pessoas iam pedir o “Pão por Deus” porque havia muita pobreza e havia mesmo necessidade de pedir. Normalmente as pessoas punham as mesas com o que tinham em casa (comida e bebida), e quando chegavam os pobres, entravam e comiam à vontade e à saída ainda lhes davam mais alguma coisa.

Hoje, já só pedem as crianças para não se perder a tradição. E mesmo assim, só nas terras mais pequenas. Depois, almoça-se, conta-se o que está dentro da saquinha e vai-se ao cemitério acompanhar os pais ou avós para pôr flores nas campas dos familiares já falecidos.

Da tradição fica a recordação das “saquinhas” de chita ou de quadradinhos de fazenda que as crianças levavam e o agradecimento para quem abria a porta:

Abre a porta ao Pão-por-Deus
Dá-me qualquer esmola
Seja por alma dos seus
O que puser na sacola.

Povoação, quinta-feira, 1 de novembro de 2018.

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