O
Diretor Regional da Saúde recebeu, em Lisboa, da Ministra da Saúde, Marta
Temido, um louvor pelo trabalho desenvolvido pela Direção Regional no âmbito da
vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV).
“A
descoberta da vacina e a vacinação contra o HPV, introduzida em 2008 nos planos
nacional e regional de vacinação, constitui, de facto, um marco histórico,
introduzindo novos horizontes na prevenção dos cancros causados por este vírus
e um inegável avanço numa perspetiva de saúde pública”, afirmou Tiago Lopes.
O
Diretor Regional, que falava quarta-feira, no Museu dos Coches, à margem desta
cerimónia, que contou com a presença do Presidente da República Portuguesa,
Marcelo Rebelo de Sousa, e da Diretora Geral da Saúde, Graça Freitas, destacou
a taxa de cobertura vacinal nos Açores, lembrando que é uma referência no
contexto nacional.
“Em
2015, 71,5% das raparigas nascidas em 2003 tinham registo de duas doses de
vacina contra o HPV, enquanto no ano passado o número de raparigas com duas
doses da vacina aumentou para 98,1%, demonstrando que, nos Açores, apesar das
condicionantes arquipelágicas, nas dificuldades surgem as oportunidades, sendo
expectável que consigamos melhores taxas de cobertura ao longo dos próximos
anos”, afirmou.
Comparando
os valores nacionais com os regionais relativos a 2015, constata-se que, para a
terceira dose de HPV, o melhor valor conseguido no território continental foi
de 92%, enquanto a taxa mais baixa na Região foi de 95%.
“Estes
dados são particularmente importantes numa época em que, um pouco por todo o
mundo, os programas de vacinação estão a ser vítimas do seu sucesso dando azo
ao aparecimento de movimentos anti vacinação”, frisou o Diretor Regional.
O
HPV é o agente carcinogénico para as lesões pré-malignas do trato genital
inferior e cancro invasivo do colo, vagina, vulva e ânus, constituindo-se o
cancro do colo do útero como a segunda causa de morte em Portugal nas mulheres
jovens, em idade fértil.
Considerando
que a vacinação tem demonstrado ser uma das armas mais eficazes e
custo-efetivas em termos de saúde pública, a inclusão da vacina contra o HPV
veio disponibilizar um meio eficaz de prevenção primária, possibilitando uma
redução deste problema de saúde pública, assim como reduzir o impacto emocional
e os custos inerentes às lesões relacionadas com o mesmo.
Nesse
sentido, o Diretor Regional salientou que os resultados e o impacto deste
trabalho serão visíveis a médio e longo prazo, acrescentando, no entanto, que
resultados, publicados em 2017, do estudo realizado pelo Instituto Nacional de
Saúde Dr. Ricardo Jorge, mostram que a maioria das mulheres vacinadas com
infeção por HPV, que iniciaram a sua atividade sexual após a vacinação, não
apresentaram infeção para os genótipos incluídos na vacina.
Tendo
em conta que a vacina só confere total proteção se for administrada antes do
contacto com o vírus, o estudo aponta para a importância da administração da
vacina antes do início da atividade sexual e de se manter o rastreio do cancro
do colo do útero.
Na
cerimónia que assinalou o 10º aniversário da vacinação contra o HPV, os Açores
foram apresentados pela Comissão Técnica de Vacinação como uma região também
exemplar no que diz respeito à cobertura do rastreio do cancro do colo do
útero.
GaCS/DRS
Povoação,
quinta-feira, 8 de novembro de 2018.
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