Fumadores têm 13
vezes mais probabilidades de morrer de DPOC
A
Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma doença crónica e progressiva. É
a quinta causa de morte em Portugal, afetando 14,2% da população portuguesa com
mais de 40 anos. Apenas 10% dos cerca de um milhão de doentes em Portugal estão
corretamente diagnosticados; os restantes 90% recorrem repetidamente a
assistência médica não programada justificando os elevados custos indiretos
consumidos pela doença (300 milhões de euros/ano).
O
tabagismo é a principal causa de DPOC, com os fumadores a terem 13 vezes mais
probabilidades de morrer de DPOC do que os não fumadores. A exposição passiva
ao fumo ou a outros poluentes interiores ou exteriores, também pode aumentar a
possibilidade de uma pessoa vir a desenvolver esta doença.
Os
sintomas mais comuns da DPOC são dispneia (dificuldade em respirar/falta de
ar), expetoração excessiva (uma mistura de saliva e muco nas vias aéreas),
tosse crónica e pieira. Estes sintomas têm um impacto devastador sobre a
qualidade de vida do doente. As atividades diárias, como por exemplo subir um pequeno
lance de escadas, podem vir a tornar-se muito difíceis, pois a condição do
doente piora gradualmente. A maioria dos doentes indica a manhã como o período
do dia em que os sintomas são piores do que o habitual, referindo a falta de ar
como o sintoma mais associado às dificuldades sentidas na rotina matinal.
O
diagnóstico desta doença passa por um simples exame designado por espirometria,
que mede a quantidade do ar que uma pessoa consegue expirar. O subdiagnóstico é
frequente devido ao facto de os doentes não serem sujeitos ao exame para
detetar a doença. Uma vez que os sintomas da DPOC podem ser atribuídos pelos
doentes ao seu hábito de fumar ou até ao envelhecimento, é frequente não
pedirem ajuda e permanecerem sem diagnóstico até que se dê um agravamento do
seu estado.
Os
broncodilatadores são a base do tratamento desta doença, sendo usados
regularmente como tratamento de manutenção para reduzir os seus sintomas. A
combinação de dois broncodilatadores num único medicamento proporciona uma
melhoria significativa nos sintomas, menos falta de ar, maior tolerância ao
exercício, diminuição do uso de medicação de alívio e melhoria da qualidade de
vida do doente.
A
adesão à terapêutica é um desafio no tratamento da DPOC e ao mesmo tempo
indispensável para o controlo dos sintomas e para evitar a progressão da
doença, sendo que os dispositivos inaladores assumem um papel fundamental no
cumprimento da terapêutica por parte do doente.
Para
promover a interação e partilha de experiências entre pessoas com Doença
Pulmonar Obstrutiva Crónica pode consultar, no facebook, a campanha “Agarrar a
Vida”, disponível em https://www.facebook.com/DPOCAgarrarAVida
A campanha tem ainda um website com informação sobre a doença, disponível em http://www.dpocagarraravida.pt/ .
Artigo
de opinião de Nuno Filipe Pires, Assistente Hospitalar de Pneumologia do
Hospital Santa Maria Maior EPE – Barcelos
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