Os
Furnenses viveram o primeiro dia do Tríduo Pascal em meditação cristã na sua
igreja.
Este é o primeiro dia do Tríduo Pascal: a
Páscoa de Cristo crucificado, como lhe chamou Santo Agostinho. O seu nome
latino é «feria VI in Passione Domini».
Não
é um dia de luto, mas sim o dia que a comunidade cristã consagra à meditação
adorante da cruz de Cristo, fonte da nossa salvação. Este dia está marcado,
pelo menos já desde o século II, pelo jejum pascal: um jejum não penitencial,
mas de iniciação próxima da Páscoa.
Na
Sexta-Feira Santa nunca houve Eucaristia: é um dia, sacramentalmente,
«*alitúrgico». Desde muito cedo, organizou-se para este dia, além da Liturgia
das Horas, a celebração da Palavra seguida da Oração Universal e da adoração da
Cruz, e, agora, também a comunhão.
As
leituras deste dia centram claramente a atenção no Mistério celebrado: o quarto
cântico do Servo, segundo Isaías; a Carta aos Hebreus e a Paixão, segundo S.
João.
As
orações solenes são antiquíssimas: quando a Oração dos Fiéis se perdeu no resto
do ano, estas orações conservaram-se só na Sexta-Feira Santa, com a forma
especial e solene que ainda hoje têm.
A
adoração da Cruz já se conhece em Jerusalém no século IV, juntamente com a
leitura da Paixão e, dali, se passou rapidamente a toda a Igreja.
A
comunhão, neste dia, é que teve uma história mais movimentada. Depois de
costumes inseguros, em diversas partes da Igreja, desde o século XII, estabeleceu-se
a norma de que, além do sacerdote, ninguém comungasse. Pio XII, em 1955,
restabeleceu a comunhão do povo, apesar da posição contrária de alguns
teólogos, que defendiam a justeza do impedimento da comunhão, pelo facto de,
nesse dia, não haver celebração eucarística, pelo que se justificava melhor o
«jejum» pascal total deste dia, reservando a comunhão de todo o Tríduo –
celebrado como um único dia – para a Eucaristia da noite pascal. Na última
reforma, foi, novamente, restabelecida a comunhão para todos, a chamada «Missa
ou Comunhão de pré-santificados», porque se comunga do Pão consagrado do dia
anterior, da Quinta-Feira Santa.
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