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domingo, 12 de outubro de 2014

O VÍRUS ÉBOLA ASSUSTA O MUNDO - ESTEJA ATENTO E INFORMADO

Se contraído, o Ébola é uma das doenças mais mortais que existem. É um vírus altamente infecioso que pode matar mais de 90% das pessoas que o contraem, causando pânico nas populações infetadas.

A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) tratou centenas de pessoas com a doença e ajudou a conter inúmeras epidemias ameaçadoras.

“Eu estava coletando amostras de sangue de pacientes. Nós não tínhamos equipamentos de proteção suficientes e eu desenvolvi os mesmos sintomas”, diz Kiiza Isaac, um enfermeiro ugandense. “No dia 19 de novembro de 2007, recebi a confirmação do laboratório. Eu havia contraído Ébola”.


Fatos

A primeira vez que o vírus Ébola surgiu foi em 1976, em surtos simultâneos em Nzara, no Sudão, e em Yambuku, na República Democrática do Congo, em uma região situada próximo do Rio Ébola, que dá nome à doença.

Morcegos frutívoros são considerados os hospedeiros naturais do vírus Ébola. A taxa de fatalidade do vírus varia entre 25 e 90%, dependendo da cepa.

“MSF foi para Bundibugyo e administrou um centro de tratamento. Muitos pacientes receberam cuidados. Graças a Deus, eu sobrevivi. Depois da minha recuperação, me juntei a MSF”, conta Kiiza.

Estima-se que, até janeiro de 2013, mais de 1.800 casos de Ébola tenham sido diagnosticados e quase 1.300 mortes registradas.

Primeiramente, o vírus Ébola foi associado a um surto de 318 casos de uma doença hemorrágica no Zaire (hoje República Democrática do Congo), em 1976. Dos 318 casos, 280 pessoas morreram rapidamente. No mesmo ano, 284 pessoas no Sudão também foram infetadas com o vírus e 156 morreram.

Há cinco espécies do vírus Ébola: Bundibugyo, Costa do Marfim, Reston, Sudão e Zaire, nomes dados a partir dos locais de seus locais de origem. Quatro dessas cinco cepas causaram a doença em humanos. Mesmo que o vírus Reston possa infetar humanos, nenhuma enfermidade ou morte foi relatada.

MSF tratou centenas de pessoas afetadas pelo Ébola em Uganda, no Congo, na República Democrática do Congo, no Sudão, no Gabão e na Guiné. Em 2007, MSF conteve completamente uma epidemia de Ébola em Uganda.


O que causa o Ebola?

O Ébola pode ser contraído tanto de humanos como de animais. O vírus é transmitido por meio do contato com sangue, secreções ou outros fluídos corporais.

Agentes de saúde frequentemente são infetados enquanto tratam pacientes com Ébola. Isso pode ocorrer devido ao contato sem o uso de luvas, máscaras ou óculos de proteção apropriados.

Em algumas áreas da África, a infeção foi documentada por meio do contato com chimpanzés, gorilas, morcegos frutívoros, macacos, antílopes selvagens e porcos-espinhos contaminados encontrados mortos ou doentes na floresta tropical.

Enterros onde as pessoas têm contato direto com o falecido também podem transmitir o vírus, enquanto a transmissão por meio de sêmen infetado pode ocorrer até sete semanas após a recuperação clínica.

Ainda não há tratamento ou vacina para o Ébola.


Sintomas

No início, os sintomas não são específicos, o que dificulta o diagnóstico.

A doença é frequentemente caracterizada pelo início repentino de febre, fraqueza, dor muscular, dores de cabeça e inflamação na garganta. Isso é seguido por vômitos, diarreia, coceiras, deficiência nas funções hepáticas e renais e, em alguns casos, sangramento interno e externo.

Os sintomas podem aparecer de dois a 21 dias após a exposição ao vírus. Alguns pacientes podem ainda apresentar erupções cutâneas, olhos avermelhados, soluços, dores no peito e dificuldade para respirar e engolir.


Diagnóstico

Diagnosticar o Ébola é difícil porque os primeiros sintomas, como olhos avermelhados e erupções cutâneas, são comuns.

Infeções por Ébola só podem ser diagnosticadas definitivamente em laboratório, após a realização de cinco diferentes testes.

Esses testes são de grande risco biológico e devem ser conduzidos sob condições de máxima contenção. O número de transmissões de humano para humano ocorreu devido à falta de vestimentas de proteção.

“Agentes de saúde estão, particularmente, suscetíveis a contraírem o vírus, então, durante o tratamento dos pacientes, uma das nossas principais prioridades é treinar a equipe de saúde para reduzir o risco de contaminação pela doença enquanto estão cuidando de pessoas infetadas”, afirma Henry Gray, coordenador de emergência de MSF durante um surto de Ébola em Uganda em 2012.

“Nós temos que adotar procedimentos de segurança extremamente rigorosos para garantir que nenhum agente de saúde seja exposto ao vírus, seja por meio de material contaminado por pacientes ou lixo médico infetado com Ébola”.


Tratamento

Ainda não há tratamento ou vacina específicos para o Ébola.

O tratamento padrão para a doença limita-se à terapia de apoio, que consiste em hidratar o paciente, manter seus níveis de oxigênio e pressão sanguínea e tratar quaisquer infeções. Apesar das dificuldades para diagnosticar o Ébola nos estágios iniciais da doença, aqueles que apresentam os sintomas devem ser isolados e os profissionais de saúde pública notificados. A terapia de apoio pode continuar, desde que sejam utilizadas as vestimentas de proteção apropriadas até que amostras do paciente sejam testadas para confirmar a infeção.

MSF conteve um surto de Ébola em Uganda em 2012, instalando uma área de controle entorno do centro de tratamento.

O fim de um surto de Ébola apenas é declarado oficialmente após o término de 42 dias sem nenhum novo caso confirmado.

Fonte/Fotos: Médicos Sem Fronteiras



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