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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

“VAMOS POR PARTES” – CÂMARA E CAMAREIROS

A primeira das “ partes” diz respeito à luminosa ideia da Câmara Municipal da Povoação em taxar os estabelecimentos hoteleiros do concelho ainda que de “forma simbólica” – conforme anunciou. As reações não se fizeram esperar, desconhecendo-se se o propósito vai ser consumado ou arrumado na gaveta de outros excessos em que a edilidade é useira e vezeira.

Atendendo à tez política do atual executivo, dificilmente se compreende o parentesco com a coligação da República esta sim tão avara com impostos e austeridades por tudo e por nada. Mas, habituados a certas derivas na condução política da edilidade, pouco nos surpreende essa peregrina atitude, maioritária nas presenças mas menor na inteligência.

A Câmara na penúria dos seus recursos financeiros com um longo passado de desmandos e desmanchos em tudo o que agora vê luz, é oiro! Até parece que há petróleo – não no Beato – mas nas Furnas...

A segunda das “partes” circunscreve-se à utilização das caldeiras da Lagoa também com os seus “pregos” e “taxinhas”. Ao que se diz para aceder ao local a pé ou a cavalo um preço de: X; para uma panela de cozido Y e para os “tachos” a criar quanto? Pergunto eu...

Convém esclarecer que eu, cidadão nascido nas Furnas e agora residente a tratar do seu cartão de eleitor, não vou nesse desvario. As Furnas não são recurso ou penhora para viabilizar compromissos (?), ainda que a freguesia mais importante do concelho não se exima à solidariedade com as restantes em matéria de desenvolvimento e progresso. O que há que ter em conta é uma visão de conjunto com a adoção de medidas concretas e discretas tendo por base uma localidade específica onde todos metem ou pretendem meter a culher (departamentos da administração pública). E, a meu ver, não é a Junta de Freguesia, nem a Câmara que são competentes no ordenamento, preservação e sustentabilidade dos atuais recursos naturais.

Bastas vezes se tem reclamado a criação de um órgão, organismo, departamento ou o que mais se aproprie em termos de organização administrativa para tutelar espaços como Furnas, Sete Cidades etc... onde não haja interferências, sobreposições e impertinencias do poder regional e local. A quem competirá tal urgência?

Quantas vezes os nossos deputados já degustaram um cozido nas caldeiras?

Quem come a carne devia roer o osso!
                                                                           Paulo Martinho

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