Sociedade
Portuguesa de Nefrologia alerta
A doença renal crónica
caracteriza-se pela perda lenta e progressiva da função renal, que se manifesta
apenas quando já está num estado muito avançado. O alerta é da Sociedade
Portuguesa de Nefrologia (SPN) que refere ainda que as principais causas da
falência renal são a diabetes e a hipertensão arterial, sendo a anemia, a
doença óssea e o aumento da pressão arterial algumas das consequências mais
graves.
Existem cinco estádios da
doença, de acordo com o grau da lesão e a perda da função renal. O estado cinco
acontece quando o doente já perdeu mais de 85% da função renal e é por isso
necessária uma terapia de substituição da função renal.
“É fundamental que o
diagnóstico seja feito na fase inicial da doença porque esta pode ser
controlada e tratada”, refere Fernando Nolasco, Presidente da Sociedade
Portuguesa de Nefrologia (SPN). De acordo com o nefrologista “a medição dos
índices de creatinina no sangue é uma forma simples e eficaz de saber se os
rins estão a funcionar normalmente e é muito importante porque a insuficiência
renal é uma doença silenciosa que apenas se manifesta quando já está numa fase
muito avançada”.
A creatinina é um elemento
que circular no sangue e que serve como sinalizador do funcionamento dos rins.
Nas pessoas saudáveis o seu valor apresenta uma variação em relação ao género e
ao volume de massa muscular, ou seja, a sua concentração no sangue é maior nos
homens e nos atletas e menor nos idosos, crianças e mulheres. Contudo, os seus
valores aumentam à medida que a função dos rins diminui e tornam-se
significativos quando existe uma perda de mais de 50% da capacidade renal.
Numa fase avançada, a
doença renal crónica pode afetar a função óssea, levando a que o doente sofra
de constantes fraturas, dores crónicas, problemas vasculares e até morte
prematura. O Hiperparatiroidismo secundário, como é conhecido, pode ser
controlado por um exame de sangue que mede a concentração de cálcio no sangue e
que permite ao doente controlar melhor os seus níveis de vitamina D e,
consequentemente ter uma melhor qualidade de vida.
Os hábitos alimentares
saudáveis, um peso adequado e a ausência de hábitos tabágicos são algumas das
medidas que ajudam a prevenir a doença renal crónica. “O estilo de vida
saudável e o diagnóstico precoce ajudam a diminuir ou evitar a progressão desta
doença”, conclui o Presidenta da SPN.
Em Portugal, estima-se que
cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica. A progressão
da doença é muitas vezes silenciosa, o que leva o doente a recorrer ao médico
tardiamente, já sem qualquer possibilidade de recuperação.
Todos os anos surgem mais
de dois mil novos casos de doentes em falência renal. Em Portugal existem
atualmente cerca de 16 mil doentes em tratamento substitutivo da função renal
(cerca de 2/3 em diálise e 1/3 já transplantados), e cerca dois mil aguardam em
lista de espera a possibilidade de um transplante renal.
Fotos: Google imagens
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