O mais antigo relato escrito da
ermida de Santa Bárbara na Lomba do Carro tinha de ser da autoria Gaspar
Frutuoso na obra “Saudade da Terra”.
“E desembarcando em terra, além da ribeira da
Povoação que vai da banda do oriente, junto onde agora está uma ermida de Santa
Bárbara”, relata Gaspar Frutuoso.
Francisco Affonso de Chaves, capitão de ordenanças em Rasto-de-cão, juiz e contador da Fazenda Real em Ponta Delgada, sobre o assunto escreve assim: “Tomaram terra os nossos argonautas, e novos descobridores, no lugar onde agora se chama a Povoação, que fica ao Sul duas léguas distantes da ponta do Nordeste, desembarcando entre duas doces, e cristalinas ribeiras, que com suave murmúrio de suas correntes formavam uma capella, que com solfa natural e música alternada lhes decantavam parabéns à sua vinda, e entoavam salvas à sua chegada, servindo-lhes as agigantadas árvores, por entre as quaes soavam estas citaras de prata, de verde pavilhão, que os eximia das inclemências do sol. Disse a primeira missa o capellão da nau em um logar aonde hoje está uma ermida de Santa Bárbara, e depois de correrem parte da ilha por mar por lhe ser impossível o fazrem-n’o por terra, por causa do espesso arvoredo, tornaram a largar as vellas ao vento e chegaram a Sagres com a notícia do descobrimento e como testemunho da verdade do descobrimento, levaram uns ramos de árvores e outras cousas da terra.”
Francisco Affonso de Chaves, capitão de ordenanças em Rasto-de-cão, juiz e contador da Fazenda Real em Ponta Delgada, sobre o assunto escreve assim: “Tomaram terra os nossos argonautas, e novos descobridores, no lugar onde agora se chama a Povoação, que fica ao Sul duas léguas distantes da ponta do Nordeste, desembarcando entre duas doces, e cristalinas ribeiras, que com suave murmúrio de suas correntes formavam uma capella, que com solfa natural e música alternada lhes decantavam parabéns à sua vinda, e entoavam salvas à sua chegada, servindo-lhes as agigantadas árvores, por entre as quaes soavam estas citaras de prata, de verde pavilhão, que os eximia das inclemências do sol. Disse a primeira missa o capellão da nau em um logar aonde hoje está uma ermida de Santa Bárbara, e depois de correrem parte da ilha por mar por lhe ser impossível o fazrem-n’o por terra, por causa do espesso arvoredo, tornaram a largar as vellas ao vento e chegaram a Sagres com a notícia do descobrimento e como testemunho da verdade do descobrimento, levaram uns ramos de árvores e outras cousas da terra.”
Assim a ermida de Santa Bárbara foi a
primeira capela a ser construída na Ilha de São Miguel por um tal Mateus Dias,
homem honrado, neto de um dos primeiros povoadores, ao redor da qual foi criado
o primeiro núcleo populacional da Povoação. Bastaria a apresentação destes dois
factos – ser a primeira capela da ilha e primeiro núcleo habitacional – para
justificar, historicamente, a importância do pequeno templo que é a ermida de
Santa Bárbara.
Pelos dados recolhidos podemos
concluir que alguns restauros e recuperações foram efetuados naquela capela. Em
1751, o Bispo de Angra, manda reformar alguns ornamentos no seu interior,
conforme descrição daquela que foi a mais antiga visita pastoral à Povoação. Em
1830 Santa Bárbara era curato. Em fevereiro de 1881 a Ilha de São Miguel foi
violentamente atingida por terramotos que fizeram desabar o monte Fojo e
produziram grande prejuízo em diversos locais da Ilha. Os terramotos de terra
mais violentos foram sentidos na Povoação, na manhã do dia 9 de fevereiro e
foi, nesta altura que a ermida de Santa Bárbara foi quase totalmente destruída.
Anos depois a sua reconstrução era uma realidade e a 14 de novembro de 1894 é
benzida de novo, tornando-se curato sufragâneo.
Povoação, domingo, 21 de outubro de 2018.
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