“O
Governo dos Açores decidiu colocar à disposição da iniciativa privada a
propriedade da Grená, na margem da lagoa das Furnas, no concelho da Povoação,
em São Miguel, considerando o seu potencial turístico”
De
acordo com o Governo Regional, a decisão de venda em hasta pública, decorreu
entre 21 de setembro até 24 de outubro de 2018.
Na
sequência da hasta pública do prédio da Grená sito à Lagoa das Furnas foi o mesmo adquirido por um casal russo pela quantia de meio milhão de euros.
A Quinta da Grená era
uma das propriedades mais bonitas das Furnas e começou a ser sonhada em 1832,
por um turista inglês, que adquiriu todos os terrenos à volta para construção
de uma “casa de verão”.
O sonho só seria concretizado em 1858, mas pelo Consul inglês de então.
Aí construiu a casa e deu início nos terrenos circundantes a um jardim, atribuindo-lhe o nome de Grená, que, segundo reza a história, tem a ver com a esposa do dito Consul, que costumava passar o verão numa estância da família cujo nome era Grená.
Conta o Marquês Jácome Correia que, após a morte do Consul, esta é cedida em 1874 a um cirurgião de Londres chamado Hinton, que publicou na altura várias obras sobre os órgãos auditivos e higiene.
Com a morte do cirurgião Hinton, em 1875 a Grená passa para Jorge Brown que a explora como hotel durante o verão por alguns anos.
Neste período acolheu alguns viajantes estrangeiros importantes, entre os quais a escritora inglesa Alice Backer, que escreveu o livro “A Summer in the Azores with a glimpse of Madeira”.
Em 1882 a Grená é vendida a Jorge Hayes, após a morte de Jorge Brown neste ano, sendo mais tarde alugada por José do Canto enquanto este construía a sua casa do outro lado da lagoa e preparava a sua propriedade e a construção da ermida de Nossa Senhora da Vitória.
Já nos anos 80 do
século vinte, alguém terá sugerido a Mário Soares e a Cavaco Silva a compra da
propriedade, para alojamento de férias das altas figuras do Estado.
Em Junho de 1987 concretiza-se o negócio, com o Estado a pagar 104,9 mil euros pela propriedade, que inclui um parque densamente arborizado, um curso de água atravessado por uma ponte, um jardim e um palacete.
Em Junho de 1987 concretiza-se o negócio, com o Estado a pagar 104,9 mil euros pela propriedade, que inclui um parque densamente arborizado, um curso de água atravessado por uma ponte, um jardim e um palacete.
A partir daí foi a desgraça.
O Estado abandonou o prédio, que veio a degradar-se de ano para ano, até às ruínas de hoje.
Povoação, Quarta-feira, 24 de Outubro de 2018.
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