A
Dislex - Associação Portuguesa de Dislexia alerta para a falta de preparação
das escolas para acompanhar os alunos disléxicos. Os especialistas são unânimes
ao afirmar que, em Portugal, muito tem de ser feito para capacitar os
professores a intervirem ao nível desta perturbação de aprendizagem. A chamada
de atenção surge no âmbito do Dia Mundial da Dislexia, disfunção neurológica
que afeta uma em cada dez pessoas em todo o mundo.
“As
escolas debatem-se com a questão da falta de recursos, nomeadamente humanos. Os
professores não têm formação na área da dislexia, o que dificulta a
identificação atempada e a intervenção de forma diferenciada, em contexto de
sala de aula” adianta Helena Serra, presidente da Dislex.
Falamos
de uma condição neurológica que atinge 48% dos alunos com necessidade de
medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão. A formação dos professores é um
fator essencial para intervir de forma adequada na dislexia, em contexto de
sala de aula, promovendo-se o desenvolvimento salutar e o sucesso escolar dos
alunos.
Em
julho deste ano assistimos a uma alteração na legislação, de forma a assegurar
o ensino inclusivo. É retirado o foco de um grupo de alunos com determinada
patologia, colocando-o no todo que é a escola. Desaparece, assim, a designação
de alunos com necessidades educativas especiais para que qualquer aluno,
independentemente de possuir o diagnóstico de uma patologia neurológica,
beneficie das medidas previstas na nova lei (DL 54/2018, de 6 de julho).
Os
alunos com dislexia podem beneficiar quer de apoio especializado, focado nas
áreas causais, quer de apoios regulares, focado nos conteúdos curriculares onde
tenham mais dificuldades. “A decisão de sinalizar um aluno disléxico terá, como
sempre, de decorrer de uma avaliação. No caso dos alunos que estavam já
integrados na educação especial, deverá proceder-se a uma reavaliação que
permita identificar as medidas que os podem ajudar. O jovem deverá ser
acompanhado através de medidas universais e seletivas e pode beneficiar de
adaptações ao processo de avaliação, previstas no art.º 28.º (tempo
suplementar, leitura de enunciados em sala à parte)” conclui Helena Serra.
Sobre a dislexia
A
Dislexia é uma perturbação específica de aprendizagem, com origem neurológica,
caracterizada por dificuldades no reconhecimento adequado das palavras, por um
discurso pobre e dificuldades de descodificação, resultantes de um défice na
componente fonológica da linguagem.
Ainda
que esteja relacionada com a aprendizagem da leitura, a dislexia pode ter
consequências noutras áreas académicas e a nível emocional e comportamental. É
frequente a comorbidade com outras perturbações: perturbação específica da
linguagem, discalculia, disortografia, descoordenação motora, défice de atenção
com ou sem hiperatividade, alterações do comportamento, perturbação do humor,
perturbação de oposição e desvalorização da autoestima.
A
dislexia afeta 600 milhões em todo o mundo e é mais comum do que se julga,
afetando caras mundialmente conhecidas que se destacaram na comunidade e que
evidenciam o lado positivo da patologia, nomeadamente Einstein, Picasso, Da
Vinci, Agatha Christie, Van Gogh, Churchill e Spielberg.
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Sobre a Dislex –
Associação Portuguesa de Dislexia
A
Associação Portuguesa de Dislexia foi fundada, em 2000, no Porto. Em 2009 passou
a adotar a designação de "Associação Portuguesa de Dislexia”, tendo como
principais objetivos a promoção da investigação na área da Dislexia; a formação
de profissionais com vista a uma maior capacitação dos contextos educativos e a
intervenção com crianças, jovens e adultos disléxicos.
Mais
informações sobre dislexia em: www.dislex.co.pt
ou
na página de Facebook: www.facebook.com/associacaoportuguesadedislexia
Povoação,
segunda-feira, 8 de outubro de 2018.
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