A União Europeia atravessa hoje a maior
crise da sua história: uma crise que começou por ser financeira, se tornou
também económica e degenerou numa crise social. Os níveis de confiança na União
Europeia são os mais baixos de sempre com cerca de 70% dos europeus a
apresentarem-se eurocépticos.
Nestas circunstâncias é inevitável
interrogarmo-nos se hoje, neste Dia da Europa, ainda se justificará
assinalá-lo.
A minha resposta inequívoca e convicta
é a de que “sim”, que vale a pena celebrar o dia 9 de Maio em que Robert
Schumann, no ano de 1950, propôs a criação de uma comunidade de países
europeus, no que veio a ficar conhecido como a “Declaração de Schumann”, o
marco que desencadeou o que designamos actualmente por União Europeia. Esta
constitui, mesmo nas actuais circunstâncias adversas, o mais conseguido
projecto de coexistência pacífica entre povos e o mais forte testemunho de que
a paz e uma união alargada entre nações constituem a base da estabilidade
política e do bem-estar social.
Por isso, as dificuldades que hoje
enfrentamos num tempo excepcional de crise não nos devem fazer esmorecer e
afastar-nos da nossa realidade europeia mas, bem pelo contrário, devem motivar
a que nos envolvamos mais e estreitemos as relações já estabelecidas, para uma
união política, económica e social mais forte. Afinal, há muito repetimos que
“a união faz a força” o que é verdade nas causas pessoais e colectivas, como a
nível nacional e também europeu.
Neste Dia da Europa, assinalado no Ano
Europeu da Cidadania, exorto-vos a todos a se envolverem mais no projecto
europeu para que este se torne cada vez mais nosso, de cada um dos 500 milhões
de habitantes, e nós cada vez mais responsáveis pelo nosso futuro partilhado.
M. Patrão Neves
Fotos: Google imagens
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