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terça-feira, 12 de novembro de 2013

OS DOENTES IDOSOS E A SUA DOR

Dr. João Amoedo
Médico de Medicina Geral e Familiar
Membro da Direcção da Fundação Grünenthal

A dor é ainda um problema demasiado frequente na prática clínica, constituindo-se ainda num dos principais motivos determinantes da procura de cuidados médicos.

O avançar da idade é um aliado, que por si só favorece a multiplicação de queixas dolorosas, mas são muitas as causas que protagonizam o inerente sofrimento.

Os Médicos de Família, a par dos Ortopedistas e dos Reumatologistas, são os especialistas mais solicitados pelos doentes com queixas de dor. Caso considerem adequado, estes especialistas podem referenciar o doente para uma das Unidades de Dor, existentes nos hospitais públicos.

Na retaguarda de uma dor, podem esconder-se vários tipos de doenças, como por exemplo as artroses, a artrite reumatóide, a osteoporose, a artrite gotosa, os cancros invasivos dos ossos, como é o caso dos tumores da próstata ou o mieloma múltiplo.

O enfraquecimento da estrutura dos ossos favorece o risco de ocorrência de fracturas.

O alívio da dor é um imperativo ético, extensível a todos os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas), mas nem sempre a dor é bem tratada e controlada.

Existem vários tipos de medicamentos que ajudam a controlar as dores.

As doses dos medicamentos devem ser ajustadas de acordo com o tamanho, o peso e o estado geral dos doentes, podendo ser preciso iniciar tratamentos com doses mais baixas, aumentando-as depois de modo progressivo, para evitar efeitos secundários previsíveis.

A causa da dor deve ser explicada ao doente e cuidador para evitar especulações preocupantes.

No tratamento da dor podem utilizar-se os medicamentos anti-inflamatórios, que ajudam a aliviar a dor breve/momentânea, e os medicamentos analgésicos, onde se encontram os medicamentos opióides, que são eficazes no alívio da dor prolongada e crónica.

A investigação clínica na área dos opióides, conduziu à síntese e comercialização de um novo fármaco denominado tapentadol, que de acordo com o resultado de estudos clínicos, poderá representar um avanço promissor na terapêutica da dor.

Os tratamentos da dor devem ser bem explicados aos doentes, e aos seus acompanhantes, sendo útil o fornecimento de um suporte escrito, para que não haja equívocos.

É muito importante saber prever o risco de possíveis interacções com outros medicamentos, que o doente possa estar a tomar.

A lei portuguesa estabelece a medição da dor como um dever.

Existem vários tipos de escalas, que visam a possibilidade de objectivar a intensidade da dor e assim orientar as melhores escolhas dos tratamentos a realizar e a respetiva evolução.

Por isso, se sente uma dor persistente há mais de 3 meses, procure o seu médico de família ou especialista para o ajudar a controla-la. Se a dor não for adequadamente tratada pode afetar gravemente a sua qualidade de vida.




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