Médico de Medicina
Geral e Familiar
Membro da Direcção
da Fundação Grünenthal
A
dor é ainda um problema demasiado frequente na prática clínica, constituindo-se
ainda num dos principais motivos determinantes da procura de cuidados médicos.
O
avançar da idade é um aliado, que por si só favorece a multiplicação de queixas
dolorosas, mas são muitas as causas que protagonizam o inerente sofrimento.
Os
Médicos de Família, a par dos Ortopedistas e dos Reumatologistas, são os especialistas
mais solicitados pelos doentes com queixas de dor. Caso considerem adequado,
estes especialistas podem referenciar o doente para uma das Unidades de Dor,
existentes nos hospitais públicos.
Na
retaguarda de uma dor, podem esconder-se vários tipos de doenças, como por
exemplo as artroses, a artrite reumatóide, a osteoporose, a artrite gotosa, os
cancros invasivos dos ossos, como é o caso dos tumores da próstata ou o mieloma
múltiplo.
O
alívio da dor é um imperativo ético, extensível a todos os profissionais de
saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas), mas nem sempre a dor é bem
tratada e controlada.
Existem
vários tipos de medicamentos que ajudam a controlar as dores.
As
doses dos medicamentos devem ser ajustadas de acordo com o tamanho, o peso e o
estado geral dos doentes, podendo ser preciso iniciar tratamentos com doses
mais baixas, aumentando-as depois de modo progressivo, para evitar efeitos
secundários previsíveis.
A
causa da dor deve ser explicada ao doente e cuidador para evitar especulações
preocupantes.
No
tratamento da dor podem utilizar-se os medicamentos anti-inflamatórios, que
ajudam a aliviar a dor breve/momentânea, e os medicamentos analgésicos, onde se
encontram os medicamentos opióides, que são eficazes no alívio da dor
prolongada e crónica.
A
investigação clínica na área dos opióides, conduziu à síntese e comercialização
de um novo fármaco denominado tapentadol, que de acordo com o resultado de
estudos clínicos, poderá representar um avanço promissor na terapêutica da dor.
Os
tratamentos da dor devem ser bem explicados aos doentes, e aos seus acompanhantes,
sendo útil o fornecimento de um suporte escrito, para que não haja equívocos.
É
muito importante saber prever o risco de possíveis interacções com outros
medicamentos, que o doente possa estar a tomar.
Existem
vários tipos de escalas, que visam a possibilidade de objectivar a intensidade
da dor e assim orientar as melhores escolhas dos tratamentos a realizar e a respetiva
evolução.
Por isso, se sente
uma dor persistente há mais de 3 meses, procure o seu médico de família ou
especialista para o ajudar a controla-la. Se a dor não for adequadamente
tratada pode afetar gravemente a sua qualidade de vida.
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