Artigo de opinião
Dra. Katya
Reis Santos
Cardiologista e Secretária-Geral da APAPE
(Associação Portuguesa de Arritmologia, Pacing e Electrofisiologia)
Desmaios
Do
ponto de vista médico, o termo “desmaiar” corresponde, na maioria dos casos, a
episódios sincopais.
A
síncope é uma perda de consciência (PC) resultante de uma hipoperfusão
(diminuição da circulação sanguínea) cerebral global e transitória. Caracteriza-se
por um início súbito, curta duração e recuperação completa e espontânea. A
redução da pressão arterial (PA) sistólica (máxima) para valores iguais ou
inferiores a 60 mmHg durante 6 a 8 segundos resulta numa hipoperfusão cerebral
suficiente para causar uma PC transitória.
Existem
3 grandes grupos de causas:

2) A síncope reflexa (ou neuromediada)
inclui um conjunto heterogéneo de condições caracterizadas por uma desregulação
intermitente dos reflexos cardiovasculares responsáveis pela manutenção da
circulação sanguínea. Esta desregulação surge em resposta a um evento
desencadeante e resulta numa dilatação do leito vascular (vasodilatação) e/ou
redução da frequência cardíaca (bradicardia), com consequente queda da PA (p.
ex. as síncope que ocorrem com a dor ou a tirar sangue).

A
síncope é muito frequente na população geral, estima-se que nos indivíduos que
atingem os 70 anos a sua prevalência seja de 42%. Ou seja, quase metade dos
septuagenários já “desmaiaram” pelo menos uma vez. E existem dois picos para a
ocorrência do primeiro episódio, um primeiro em torno dos 15 anos e outro acima
dos 65.
Interessa
salientar que o prognóstico da síncope, em termos de mortalidade, depende da sua
causa. Muitas síncopes têm um prognóstico benigno, contudo há casos em que a
síncope é um precursor de morte súbita, reforçando a importância da sua correta
avaliação.
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