Criança de 5 anos
com tumor agressivo
João Dinis sofre de
um tipo de tumor raro e agressivo
"O
meu filho é um herói a lutar contra o cancro. É um milagre", realça
Andreia Oliveira, mãe de João Dinis, um menino de cinco anos que sofre de um
tipo de cancro agressivo e raro na cabeça. Há ano e meio, os médicos
diagnosticaram-lhe um tumor teratoide rabdoide atípico. Desde então, João Dinis
já foi operado duas vezes no Instituto Português de Oncologia de Lisboa, a 25
de junho e a 3 de dezembro de 2012.
No
início de janeiro de 2013, o menino de cinco anos foi sujeito a tratamentos de
radioterapia e quimioterapia. Os pais querem experimentar o tratamento à base
de células dendríticas, na Alemanha, que será a última esperança para o João,
que vive com os pais no Pinhal Novo.
"Os
médicos disseram que não teria mais de um ano de vida e que não se sabia qual o
impacto do tratamento. Não sabiam se ele iria resistir à quimioterapia. Disseram
ainda que não havia mais tratamentos que ele pudesse fazer", contou ao CM
Andreia Oliveira, sem esconder a alegria de ver o filho sobreviver aos
tratamentos.
Durante
meses, acrescentou a mãe, o filho mostrou-se uma criança alegre e a interagir
com os outros meninos. Há cerca de duas semanas, e pela primeira vez em ano e
meio, voltou ao infantário. Porém, pouco tempo depois, João Dinis teve vómitos
e sentiu um cansaço fora do normal. Sintomas que alarmaram os pais. Temeram que
o tumor tivesse reaparecido.
Para
tirar as dúvidas, o João fez esta quinta-feira uma ressonância magnética que
até estava marcada para dezembro. Os resultados deixaram a família feliz.
"O tumor já não é visível e os tecidos à volta regeneraram", afirma
Andreia Oliveira, que se mantém em alerta máximo devido aos prognósticos dos
médicos: "Hoje está bem, mas amanhã pode não estar. Quem tem um tumor
nunca fica curado, pois pode aparecer uma célula maligna que estava
escondida".
Contando
com a probabilidade do reaparecimento, os pais depositam agora a esperança numa
cura com o tratamento das vacinas à base de células dendríticas. É uma terapia
experimental, desenvolvida numa clínica da Alemanha, a que já recorreram outros
portugueses.
O
processo clínico de João Dinis já foi enviado para a Alemanha. No dia 28 de
outubro, os médicos já fizeram uma primeira avaliação ao estado de saúde da
criança. Falta agora enviar o resultado da ressonância magnética. Só então, os
pais do João poderão levar o menino para uma nova avaliação. Será nesse momento
que os médicos alemães vão dizer se é ou não necessário avançar com o
tratamento.
Para
ir às consultas, na clínica em Duderstadt, na Alemanha, e fazer os tratamentos,
quando e se forem necessários, a família precisa de dinheiro. Para já conseguiu
reunir 33 mil euros de donativos, mas ainda precisa de, pelo menos, mais 17 mil
euros. Os tratamentos com as vacinas de células dendríticas custam em média
cerca de 50 mil euros.
Cantores apoiam
"causa justa"
É
com "alegria" que o cantor Toy diz ter-se associado ao espetáculo, em
prol do Dinis, que vai decorrer nos Bombeiros Voluntários do Pinhal Novo.
"Estou certo de que esta é uma causa justa e vou cantar com muita
honra", afirmou ao CM. Já o fadista António Pinto Basto, sensibilizado
para o problema, afirma: "Não conheço o Dinis, mas acho que devemos ser
solidários com causas semelhantes. Esta não é a primeira vez que o faço e
espero que não seja a última".
Nikita
também já confirmou a presença no concerto. "Vou lá estar. Cantarei o que
for preciso para alegrar esse dia, que quero que seja de esperança".
Segurança das
vacinas ainda por demonstrar
A
Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) alertou em julho, que o único
tratamento celular do cancro aprovado na União Europeia é o Provenge. É usado
exclusivamente para tratar o cancro da próstata com metástases. No comunicado,
o Infarmed adverte que está por demonstrar a eficácia e segurança das vacinas.
Fonte:
Correio da Manhã, Por: Cristina Serra
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