Estupefacto
fiquei quando um certo individuo partilha a informação do acidente ocorrido
ontem na estrada da lagoa das furnas para a página facebook “Eu Ando de
Bicicleta em São Miguel”, referindo-se ao último parágrafo como racista.
“Vejam
o último comentário... Para quem supostamente detém um blog imparcial, a meu
ver estão a ser "racistas"...”
Saberá
ele o significado de “racista”?
Será
ele conhecedor das atuais regras das bicicletas na via pública (estrada)?
É
vê-los por aí a infringir sistematicamente estas mesmas regras de forma
inconsequente pelas nossas estradas fora!
Sou
100% a favor das bicicletas, sem dúvida, por isso também possuo uma, não sendo
esta a questão em causa no último parágrafo que o individuo aponta como racista.
Ser amante da natureza nada tem a ver com regras de trânsito!
Proclamar-se
defensor da natureza e da prática saudável desportiva do pedal nada tem a ver
com regras de trânsito!
Até
concordo que existem muitos condutores inconsequentes e sem qualquer tipo de
cuidado e civismo quando deparam-se com uma bicicleta na estrada, mas também
existem muitos ciclistas que se acham donos desta mesma estrada, chegando ao
ponto de pedalar lado a lado ocupando a faixa de rodagem, quando as regras em
vigor indicam precisamente o oposto etc….
O
pormenor torna-se relevante em caso de acidente, tal como a questão da condução
dos ciclistas em fila e encostados o mais possível à berma da estrada, regra estipulada
por lei.
Aqui
no nosso meio não estamos nem podemos falar em grandes cidades como Lisboa ou
Porto, sendo uma realidade completamente diferente.
A
questão apontada no último parágrafo é simplesmente só uma, a equiparação dos
velocípedes a automóveis e motos a partir do dia 1 de janeiro de 2014,
colocando uma série de questões pertinentes aos seres racionais. Quanto ao
imposto de circulação é mais uma questão que daria um enumerado seguimento de
discussão.
Leiam o
artigo que se segue
Seguro obrigatório
para bicicletas defendido pelo ACP
O
novo Código da Estrada, já aprovado e a aguardar publicação em Diário da
República, acaba, por exemplo, com a discriminação dos velocípedes na regra
geral da cedência de passagem, e passa a ter prioridade todo o veículo que se
apresente pela direita, no caso de não haver sinalização.
"Dado
que os ciclistas estão em igualdade de circunstâncias em relação a um veículo a
motor e têm um determinado número de regalias novas, a partir daí é fundamental
que também tenham um seguro de responsabilidade civil contra terceiros, como
têm os carros, os motociclos e tudo o que circula na via pública", disse à
agência Lusa o presidente do ACP, Carlos Barbosa.
Para
o responsável, a partir do momento em que "têm equivalência aos veículos
motorizados", as bicicletas devem ter "o mesmo seguro para
responsabilidade de terceiros", no caso de estarem envolvidos nalgum
acidente.
Carlos
Barbosa prevê ainda que as novas regras do Código da Estrada tragam mais
acidentes com bicicletas: "A coexistência entre automobilistas e ciclistas
nem sempre é pacífica. Tenho receio que, ao aprenderem a conviver, haja vários
acidentes e problemas. Acho que é fundamental todos os ciclistas, até para sua
própria protecção, terem um seguro de responsabilidade civil".
Entre
as novas regras do Código da Estrada dirigidas aos velocípedes está o fim da
obrigatoriedade de circular o mais à direita possível, podendo os ciclistas
reservar uma distância de segurança face à berma.
Os
condutores de automóveis passam a ser obrigados a assegurar uma distância
mínima lateral de 1,5 m relativamente ao ciclista e a abrandar a velocidade
durante a sua ultrapassagem.
Duas
bicicletas passam a poder circular lado a lado numa via e permite-se a sua
circulação em corredores BUS, quando tal for autorizado pelas câmaras
municipais.
Segundo
o ACP, o novo Código equipara as passagens para velocípedes às passagens para
peões, tendo agora os condutores dos outros veículos de ceder passagem aos
condutores de velocípedes nos atravessamentos em ciclovia.
Numa
década, entre 2002 e 2011, o número de ciclistas intervenientes em acidentes
com vítimas aumentou cerca de 10%, enquanto os desastres com condutores de
outros veículos apresentaram uma redução de 23%, segundo dados da Autoridade
Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
Sem comentários:
Enviar um comentário