O jovem furnense Miguel Bettencourt
exerce a profissão de agente da P.S.P. e tem sido notícia pelas boas ações que
tem desempenhado perante a comunidade civil.
Em serviço de patrulha com
mais dois colegas procedeu a um salvamento de seis crianças e um adulto na
praia do Pópulo em Ponta Delgada.
Por livre iniciativa
Miguel Bettencourt promoveu apoio às vítimas da derrocada na freguesia do Faial
da Terra.
Neste sentido Um Olhar
Povoacense foi ao encontro do Miguel Bettencourt com o intuito de lhe entrevistar,
sendo um momento agradável e divertido na companhia deste amigo povoacense.
Entrevista
ao Furnense Miguel Bettencourt
Um Olhar Povoacense
– O que motivou o Miguel Bettencourt a ingressar na P.S.P.?
Miguel Bettencourt – Sempre foi algo
que desejei fazer na vida… Um sonho realizado. Os motivos foram muitos. Desde a
forma como uma pessoa é educada ao modo como se vive no dia a dia. Digamos que
fazer o bem é sempre motivante.
U.O.P. – O que é
para ti ser agente da P.S.P.?
M.B. – Podia estar aqui
com respostas da “praxe” mas não. Pertencer a esta Instituição é uma missão diária
a servir o comum do cidadão. Uma profissão de risco é verdade mas não deixa de
ser aliciante para quem deseja fazer o bem. Lidamos com os problemas das
pessoas e tentamos resolver no imediato e se assim não o conseguirmos
procuramos uma entidade competente a fim de resolver a situação. Presenciamos
tragédias e não podemos vacilar, nas piores das emoções não nos podemos comover
de alguma forma... mas nem sempre se consegue. Tenho colegas meus que às vezes
parecem super-heróis no momento… mas depois… somos uma pessoa comum. Para mim
ser polícia é simplesmente honrar o nosso juramento para com o país “…honrar
todos os que tombaram e dar a vida se for preciso…”.
U.O.P. – Existem
diferenças entre a prestação de serviços prestados por um gente da P.S.P. no
continente para Açores? Quais?
M.B. – Existem e
muitas. Mas sete anos a trabalhar em Lisboa deu-me muita “bagagem” se assim o
poderemos chamar. Mas nos Açores é mais difícil ser Polícia do que o Continente
mas … no Continente é muito mais perigoso. Trabalhar numa metrópole temos
muitos mais meios disponíveis para qualquer situação. Não quer dizer que nos
Açores faltem meios mas… é diferente. Enquanto que em Lisboa após uma detenção
de um meliante a probabilidade de o voltar a encontrar no dia a dia é quase
nula… nos Açores pode ser no dia a seguir. Mas nada que nos impeça de trabalhar
em prol do cidadão.
U.O.P. – Como reagiu o Miguel quando lhe foi
transmitido que iria ser condecorado?
M.B. – Confesso que
fiquei surpreso e muito. Mas no início pedi várias vezes para deixarem de
brincar comigo porque sinceramente pensava ser uma brincadeira. Na vida de um
Polícia quer queiramos quer não estamos sempre em perigo constante… faz parte
da nossa profissão. Logo, seria “mais fácil” perder a vida em serviço do que
uma condecoração destas. Daí pensar sempre ser uma brincadeira.
M.B. – Passo a citar a
comunicação da PSP:
“No passado dia 3 de Agosto de 2012
pelas 10H30 dois polícias das ciclo-patrulhas Agente Bettencourt e Agente
Oliveira da Polícia de Segurança Pública de Ponta Delgada, quando se
encontravam de serviço na Praia do Pópulo, verificaram a formação de um agueiro
junto de um grupo de crianças que ali se encontravam, crianças estas com idades
entre os 10 e 13 anos pertencentes a um ATL. Estes dois polícias, que por acaso
já foram nadadores-salvadores, correram no encalço das crianças a fim de as
avisar para não nadarem contra a corrente e manterem a calma. Depois de
efectuarem uma chamada 112 a pedir o auxílio aos bombeiros e à marinha
lançaram-se à água a fim de resgatar/salvar as crianças. Juntamente com estes
elementos policiais havia um outro na sua hora de folga que o Agente Freitas
atirou-se igualmente à água. As crianças em menos de 1 min já se encontravam a
100 m da costa. Estes policias resgataram/salvaram um outro cidadão com cerca
de 50 anos que tentava auxiliar estes elementos policiais. De referir que
àquela hora a praia ainda não era vigiada. Foram auxiliados à posteriori por dois
nadadores salvadores que retirarem as últimas duas vítimas.”
U.O.P. – O que
sentiste depois do salvamento?
M.B. – O que senti? No
momento? Dei graças a Deus por termos voltado todos sãos e salvos. Só isso.
U.O.P – Achas que
no geral as pessoas reconhecem o trabalho de um agente da P.S.P.?
M.B.- O cidadão idóneo
claro que sim reconhece. E muito mais nos dias de hoje… A Instituição P.S.P.
está muito mais próxima do cidadão. Graças aos seus programas de policiamento
de proximidade, escola Segura, Idoso em Segurança, Comercio Seguro… e tantos outros
programas. Por mais que uma pessoa “não goste” da Polícia recorre sempre a ela.
U.O.P. – Depois
deste reconhecimento público (condecoração) alguma coisa mudará na vida do
agente da P.S.P. Miguel Bettencourt? E na vida do cidadão Miguel Bettencourt?
M.B. – A
responsabilidade será maior sem dúvida. Como costumo a dizer aos meus amigos, a
condecoração não me faz nem menos polícia nem mais nem menos Homem, apenas
dá-me muita mais força para trabalhar no dia a dia e no tanto que há ainda por
fazer.
U.O.P. – O Miguel por acaso tem conhecimento do
porquê de na altura não ter sido falado desta distinção nos média Regionais?
M.B. - Uma boa pergunta
para a qual não tenho resposta.
U.O.P – A terminar
o que gostaria de acrescentar em termos de segurança para os nossos cidadãos?
M.B. – Gostaria de
dizer que simplesmente todos nós somos polícias da nossa sociedade. Ao
verificar algo de anormal na vossa rua no vosso bairro entre em contacto com a
esquadra da área. Não podemos estar em cada esquina… mas o cidadão sim… podem
ser as nossas testemunhas na luta pelo normal funcionamento de uma sociedade.
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