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sábado, 19 de outubro de 2013

ENTREVISTA AO FURNENSE MIGUEL BETTENCOURT

O jovem furnense Miguel Bettencourt exerce a profissão de agente da P.S.P. e tem sido notícia pelas boas ações que tem desempenhado perante a comunidade civil.

Em serviço de patrulha com mais dois colegas procedeu a um salvamento de seis crianças e um adulto na praia do Pópulo em Ponta Delgada.

Por livre iniciativa Miguel Bettencourt promoveu apoio às vítimas da derrocada na freguesia do Faial da Terra.

Neste sentido Um Olhar Povoacense foi ao encontro do Miguel Bettencourt com o intuito de lhe entrevistar, sendo um momento agradável e divertido na companhia deste amigo povoacense.

Entrevista ao Furnense Miguel Bettencourt

Um Olhar Povoacense – O que motivou o Miguel Bettencourt a ingressar na P.S.P.?

Miguel Bettencourt – Sempre foi algo que desejei fazer na vida… Um sonho realizado. Os motivos foram muitos. Desde a forma como uma pessoa é educada ao modo como se vive no dia a dia. Digamos que fazer o bem é sempre motivante.

U.O.P. – O que é para ti ser agente da P.S.P.?

M.B. – Podia estar aqui com respostas da “praxe” mas não. Pertencer a esta Instituição é uma missão diária a servir o comum do cidadão. Uma profissão de risco é verdade mas não deixa de ser aliciante para quem deseja fazer o bem. Lidamos com os problemas das pessoas e tentamos resolver no imediato e se assim não o conseguirmos procuramos uma entidade competente a fim de resolver a situação. Presenciamos tragédias e não podemos vacilar, nas piores das emoções não nos podemos comover de alguma forma... mas nem sempre se consegue. Tenho colegas meus que às vezes parecem super-heróis no momento… mas depois… somos uma pessoa comum. Para mim ser polícia é simplesmente honrar o nosso juramento para com o país “…honrar todos os que tombaram e dar a vida se for preciso…”.

U.O.P. – Existem diferenças entre a prestação de serviços prestados por um gente da P.S.P. no continente para Açores? Quais?

M.B. – Existem e muitas. Mas sete anos a trabalhar em Lisboa deu-me muita “bagagem” se assim o poderemos chamar. Mas nos Açores é mais difícil ser Polícia do que o Continente mas … no Continente é muito mais perigoso. Trabalhar numa metrópole temos muitos mais meios disponíveis para qualquer situação. Não quer dizer que nos Açores faltem meios mas… é diferente. Enquanto que em Lisboa após uma detenção de um meliante a probabilidade de o voltar a encontrar no dia a dia é quase nula… nos Açores pode ser no dia a seguir. Mas nada que nos impeça de trabalhar em prol do cidadão.

U.O.P.  – Como reagiu o Miguel quando lhe foi transmitido que iria ser condecorado?

M.B. – Confesso que fiquei surpreso e muito. Mas no início pedi várias vezes para deixarem de brincar comigo porque sinceramente pensava ser uma brincadeira. Na vida de um Polícia quer queiramos quer não estamos sempre em perigo constante… faz parte da nossa profissão. Logo, seria “mais fácil” perder a vida em serviço do que uma condecoração destas. Daí pensar sempre ser uma brincadeira.

U.O.P. – Resuma-nos o salvamento registado no verão de 2012 na praia do Pópulo.

M.B. – Passo a citar a comunicação da PSP:

No passado dia 3 de Agosto de 2012 pelas 10H30 dois polícias das ciclo-patrulhas Agente Bettencourt e Agente Oliveira da Polícia de Segurança Pública de Ponta Delgada, quando se encontravam de serviço na Praia do Pópulo, verificaram a formação de um agueiro junto de um grupo de crianças que ali se encontravam, crianças estas com idades entre os 10 e 13 anos pertencentes a um ATL. Estes dois polícias, que por acaso já foram nadadores-salvadores, correram no encalço das crianças a fim de as avisar para não nadarem contra a corrente e manterem a calma. Depois de efectuarem uma chamada 112 a pedir o auxílio aos bombeiros e à marinha lançaram-se à água a fim de resgatar/salvar as crianças. Juntamente com estes elementos policiais havia um outro na sua hora de folga que o Agente Freitas atirou-se igualmente à água. As crianças em menos de 1 min já se encontravam a 100 m da costa. Estes policias resgataram/salvaram um outro cidadão com cerca de 50 anos que tentava auxiliar estes elementos policiais. De referir que àquela hora a praia ainda não era vigiada. Foram auxiliados à posteriori por dois nadadores salvadores que retirarem as últimas duas vítimas.”

U.O.P. – O que sentiste depois do salvamento?

M.B. – O que senti? No momento? Dei graças a Deus por termos voltado todos sãos e salvos. Só isso.

U.O.P – Achas que no geral as pessoas reconhecem o trabalho de um agente da P.S.P.?

M.B.- O cidadão idóneo claro que sim reconhece. E muito mais nos dias de hoje… A Instituição P.S.P. está muito mais próxima do cidadão. Graças aos seus programas de policiamento de proximidade, escola Segura, Idoso em Segurança, Comercio Seguro… e tantos outros programas. Por mais que uma pessoa “não goste” da Polícia recorre sempre a ela.

U.O.P. – Depois deste reconhecimento público (condecoração) alguma coisa mudará na vida do agente da P.S.P. Miguel Bettencourt? E na vida do cidadão Miguel Bettencourt?

M.B. – A responsabilidade será maior sem dúvida. Como costumo a dizer aos meus amigos, a condecoração não me faz nem menos polícia nem mais nem menos Homem, apenas dá-me muita mais força para trabalhar no dia a dia e no tanto que há ainda por fazer.

U.O.P.O Miguel por acaso tem conhecimento do porquê de na altura não ter sido falado desta distinção nos média Regionais?

M.B. - Uma boa pergunta para a qual não tenho resposta.

U.O.P – A terminar o que gostaria de acrescentar em termos de segurança para os nossos cidadãos?

M.B. – Gostaria de dizer que simplesmente todos nós somos polícias da nossa sociedade. Ao verificar algo de anormal na vossa rua no vosso bairro entre em contacto com a esquadra da área. Não podemos estar em cada esquina… mas o cidadão sim… podem ser as nossas testemunhas na luta pelo normal funcionamento de uma sociedade.











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