Sim
é verdade, 19 cagarros foram devolvidos à Natureza na cidade da Lagoa, todos
eles encontrados numa só noite.
Entre
cidadãos anónimos e elementos policiais daquela cidade, lá conseguiram devolver
os animais ao seu habitat.
O
Cagarro é a ave marinha mais abundante nos Açores, totalizando cerca de 97500
casais reprodutores. A população nidificante açoreana representa 74% da
população mundial da subespécie Calonectris diomedea borealis e 52% da espécie
Calonectris diomedea. Para além dos Açores, esta ave nidifica também nos
arquipélagos da Madeira, Berlengas e Canárias.
A
envergadura das asas do cagarro varia entre 100 e 125 cm. As fêmeas pesam em
média 780 g. Os machos são maiores do que as fêmeas e aproximam-se das 900 g.
Esta
ave nidifica ao longo do litoral de todas as ilhas e em alguns ilhéus,
incluindo sectores inacessíveis em falésias. Para fazer o ninho escolhe
preferencialmente cavidades naturais e fendas na rocha, podendo também
reutilizar luras de coelho no solo ou escavar o seu próprio buraco, que pode
atingir alguns metros de profundidade.
O
ciclo reprodutor tem uma duração de quase 9 meses, estendendo-se desde finais
de Fevereiro até finais de Outubro, e apresenta grande sincronia entre as
diferentes fases. A postura ocorre de fins de Maio a início de Junho, a eclosão
nos finais de Julho e a emancipação dos juvenis entre finais de Outubro e
início de Novembro. Após esse período, os cagarros reúnem-se em grande bandos e
efectuam migrações trans-equatoriais, nomeadamente, para a costa do Brasil e do
Uruguai.
No
mar é frequente observar bandos de cagarros a alimentar-se em associação com
outros predadores marinhos, tais como cetáceos e tunídeos, que dirigem as
potenciais presas para a superfície. Na sua dieta incluem-se pequenos peixes
pelágicos (como por exemplo, chicharro ou cavala, pequenas lulas e crustáceos.
Os seus cantos são peculiares e inesquecíveis. O seu voo é caracterizado pelos
poucos movimentos de asas e pela agilidade com que rasa as ondas. Em
contrapartida, quando aterram e têm de se deslocar em terra são muito
desajeitadas.
O
grande declínio que as suas populações mundiais registaram nas últimas décadas
levam a considerar esta espécie como vulnerável.
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