Nota pastoral destaca
importância do dia de Todos os Santos, a 1 de novembro, que deixou de ser
feriado civil.
O bispo de Angra, escreveu
uma nota pastoral a respeito da celebração do dia de Todos os Santos, que
deixou de ser feriado civil, apelando à cooperação das escolas para manter
tradição do 'Pão por Deus'.
“Como é um dia normal de
trabalho isso vai dificultar a manutenção da linda tradição que é o Pão por
Deus”, refere D. António de Sousa Braga, numa mensagem divulgada pela página da
diocese na internet.
O prelado açoriano convida
todas as paróquias para, “em diálogo com as escolas”, não deixarem morrer esta
tradição.
“Nada impede que essa
tradição, muito sentida e vivida nos Açores, passe para o domingo seguinte. É
só experimentar”, acrescenta.
A Igreja celebra
anualmente a solenidade litúrgica de Todos os Santos, na qual lembra
conjuntamente “os eleitos que se encontram na glória de Deus”, tenham ou não
sido canonizados oficialmente, como refere a Enciclopédia Católica Popular.
As Igrejas do Oriente
foram as primeiras (século IV) a promover uma celebração conjunta de todos os
santos quer no contexto feliz do tempo pascal, quer na semana a seguir.
No Ocidente, foi o Papa
Bonifácio IV a introduzir uma celebração semelhante em 13 de maio de 610,
quando dedicou à Santíssima Virgem e a todos os mártires o Panteão de Roma,
dedicação que passou a ser comemorada todos os anos.
A data de 1 de novembro
foi adotada em primeiro lugar na Inglaterra do século VIII acabando por se
generalizar progressivamente no império de Carlos Magno, tornando-se
obrigatória no reino dos Francos no tempo de Luís, o Pio (835), provavelmente a
pedido do Papa Gregório IV (790-844).
Segundo a tradição, em
Portugal, no dia de Todos os Santos, as crianças saíam à rua e juntavam-se em
pequenos grupos para pedir o ‘Pão por Deus’ de porta em porta: recitavam versos
e recebiam como oferenda pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes,
amêndoas ou castanhas, que colocavam dentro dos seus sacos de pano; nalgumas
aldeias chama-se a este dia o ‘Dia dos Bolinhos’.
O feriado de Todos os
Santos é um dos quatros que foi eliminado em Portugal, como resultado do
“entendimento excecional” entre a Santa Sé e o Governo português.
A eliminação dos feriados
de Corpo de Deus, de 5 de outubro, de 1 de novembro e de 1 de dezembro,
resultante da alteração efetuada ao Código do Trabalho, produz efeitos desde 1
de janeiro e será obrigatoriamente objeto de reavaliação “num período não
superior a cinco anos”, segundo o mesmo código.
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