Os governos dos Açores e
do estado brasileiro do Rio Grande do Sul celebraram ontem, em Lisboa, um
protocolo de cooperação visando o aprofundamento das relações políticas,
culturais, comerciais, empresariais e turísticas.
Os dois governos
comprometeram-se, numa primeira fase, a colaborar na organização de
iniciativas, sobretudo de âmbito cultural, que assinalem condignamente, nas
duas regiões, os 260 anos do povoamento açoriano no Estado do Rio Grande do
Sul, bem como a promover um maior conhecimento mútuo através da troca de
livros, que serão distribuídos nas respetivas redes escolares.
Ficou ainda decidido
desenvolver um trabalho conjunto com vista à análise das potencialidades e
mais-valias de uma promoção recíproca e bilateral no âmbito do turismo, bem
como uma aproximação comercial e empresarial.
O protocolo foi assinado
pelo Subsecretário Regional da Presidência para as Relações Externas, Rodrigo
Oliveira, em representação do Presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro,
pelo Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e pelo Secretário de Estado
da Cultura do Rio Grande do Sul, Assis Brasil.
“É um aprofundamento
importante das relações entre os Açores e o Rio Grande do Sul”, afirmou Rodrigo
Oliveira, para quem “estando os Açores presentes naquele Estado há mais de dois
séculos e meio”, as marcas deixadas “na cultura, na gastronomia, na toponímia e
em toda a vivência do Rio Grande do Sul”, dão razão de ser a esta maior
aproximação.
O Subsecretário Regional
da Presidência para as Relações Externas realçou também o compromisso assumido
neste protocolo de “explorar aquelas que podem ser as potencialidades no âmbito
das relações empresariais e comerciais, bem como as mais-valias no âmbito do
turismo”.
O Rio Grande do Sul,
estado mais meridional do Brasil, foi colonizado também por açorianos, a partir
de 1752.
Casais oriundos do Grupo
Central dos Açores espalharam-se por todo o território, tendo alguns deles sido
os fundadores da capital do Estado, Porto Alegre, hoje com mais de um milhão de
habitantes e cujo nome começou por ser Porto dos Casais.
Vestígios desses
povoadores são ainda visíveis por todo o lado, nomeadamente na arquitetura, na
culinária, no artesanato e no folclore, sendo mesmo o 'Pezinho' a única dança
obrigatória nos concursos de folclore.
Os rio-grandenses
orgulham-se muito dessas raízes açorianas e prestam-lhes homenagens de vária
índole, de que é exemplo mais visível o Monumento aos Açorianos, implantado no
Largo dos Açorianos, em Porto Alegre, simbolizando a chegada dos 60 casais que
fundaram a cidade, que é um dos maiores monumentos da América do Sul, com 17
metros de altura por 24 de comprimento.
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