Foto de: Triatlo Portugal |
O atleta povoacense iniciou-se nesta modalidade por influência de dois amigos que o lançaram um desafio.
Em 2016 fez o Triatlo Sprint que correspondeu a 850 metros de natação, 20 km de bicicleta e 5km de corrida. Terminou a prova na 26° posição, com o tempo total de 1hora e 49minutos, no universo de 47 atletas. O triatlo sprint é uma prova de promoção para quem quer iniciar-se na modalidade.
Em 2016 fez o Triatlo Sprint que correspondeu a 850 metros de natação, 20 km de bicicleta e 5km de corrida. Terminou a prova na 26° posição, com o tempo total de 1hora e 49minutos, no universo de 47 atletas. O triatlo sprint é uma prova de promoção para quem quer iniciar-se na modalidade.
Foto de: Carlos Ribeiro |
O
Triatlo Longo é composto por 2 km de natação, 84 Km de bicicleta e 21km de
corrida (correspondente a um half Ironman), Hélder e o seu colega
conseguiram terminar a prova, sendo esse o objetivo a alcançar, ficaram em 31°
e 32° lugar respetivamente, com 6horas e 46minutos num universo de 71 atletas.
Foto de: Triatlo Portugal |
Este
ano de 2018 como foi o Campeonato Ibérico de Triatlo de Longa Distância, em que as
distâncias quase duplicaram, estamos a falar de 4 Km de natação, 120km de
bicicleta e 30 km de corrida, Hélder e os colegas decidiram que não era possível
alcançar este objetivo e voltaram a fazer o Triatlo Sprint. A preparação não
foi a que mais desejava fazer, pois este desporto exige muita disponibilidade,
mas mesmo assim conseguiu uma boa classificação geral tendo ficado na 13°
posição com 1hora e 38minutos a 12
minutos do primeiro classificado num universo de 31 atletas. Pela primeira vez
foi atribuído classificação por escalões, onde o atleta povoacense conseguiu
ficar em 2° lugar no escalão dos 35-39 anos e o seu amigo Paulo Tavares no 3°
lugar.
“Agora é esperar pela próxima prova, se
regressar ao Triatlo Longo com as distâncias normais (half Ironman), posso
ponderar participar para melhorar a minha marca, senão é continuar com as
distâncias curtas e rezar que não apareça nenhuma lesão.”
Um
Olhar Povoacense -
Como surgiu o desporto, e o triatlo em particular, na tua vida?
Hélder Fortuna - Desde novo sempre gostei de praticar
desporto, iniciando na escola e depois mais tarde na equipa sénior de Voleibol
da Associação Desportiva da Povoação. O Triatlo foi um desafio lançado por dois
amigos e colegas de trabalho, que me desafiaram a fazer uma prova de Triatlo. O
desafio consistia numa preparação de 3 anos, participando nos dois primeiros
anos em provas de triatlo Sprint e no terceiro ano numa prova de Triatlo Longo.
E assim foi.
U.O.P. - O que sentiste ao subir ao 2º lugar do pódio no Azores
Triathlon?
H.F. - Só para esclarecer eu fiquei em 2
lugar no escalão 35-39 anos. Na posição geral fiquei em 13° lugar. Fiquei muito
surpreendido, tinha conhecimento do meu tempo mas não sabia dos outros
participantes. Primeiro chamaram o meu amigo para a terceira posição, ficamos a
rir os dois, ele pensava que estavam a chamar outra pessoa, mas não, era mesmo
ele. Depois fui eu para a segunda posição. Foi a primeira vez no Azores Islands
Triathlon que foi atribuído classificação por escalões.
U.O.P. - Quantas horas treinas por dia e como
organizas os teus treinos?
Este
desporto exige muito tempo de treino. Este ano não consegui ter disciplina para
treinar o que desejava. Normalmente para a prova que fiz durante o ano treino 3
horas de bicicleta, 2 horas de corrida e 1 hora de natação por semana. Nos
últimos dois meses antes da prova intensifica-se mais um pouco os treinos,
sempre que há uma oportunidade tento fazer no mínimo dois treinos por dia ou
então se há tempo um treino de transição entre natação e bicicleta ou bicicleta
e corrida. No ano passado como fiz o Triatlo Longo a preparação foi mais
disciplinada, treinava com mais intensidade, distâncias maiores, foi um ano
muito desgastante fisicamente.
U.O.P. - Como consegues conjugar a tua exigente
atividade profissional com a desportiva?
Consigo
conjugar bem as duas coisas. Quando estou de folga faço os treinos de bicicleta
ou natação, caso não consiga faço uma corrida rápida. Por vezes acordo às 6 da
manhã para ir andar de bicicleta ou correr para depois poder estar em casa a
horas de preparar os meus filhos para irem para a escola. Outros dias vou
treinar depois das 21horas depois de estarem todos na cama . Quando estou fora
corro sempre, não importa onde estou levo sempre o equipamento de corrida. O
único problema em conjugar as duas coisas é o descanso e alimentação que para
quem perde noites e anda com fusos horários trocados é complicado, mas com
algum sacrifício tudo se consegue.
U.O.P. - Quando estás em fase de preparação para
alguma prova, segues algum treino mais específico?
H.F. - Sim temos treinos específicos.
Treino principalmente dois desportos consecutivos, natação e bicicleta ou
bicicleta e corrida. A passagem de uma modalidade para outra é complicado, o
nosso corpo está durante algum tempo a fazer uma coisa e depois em 2 minutos
passa a fazer outra usando outros músculos outro ritmo. Este ano como fiz a
prova Sprint treinei mais a nível de rapidez do que resistência.
U.O.P. - Qual o tipo de treino que te custa mais fazer?
H.F. - Em geral não tenho nenhum que me
custa mais a fazer. No entanto a bicicleta é o mais complicado a nível de
disponibilidade. Para ter bons tempos temos que andar muito e fazer voltas
grandes, muitas horas em cima da bicicleta é mais complicado ter essa
disponibilidade.
U.O.P. - O que costumas comer antes e depois de uma prova?
H.F. - No dia da prova de amanhã é sempre
aveia com mel e frutos secos, três ovos mexidos com uma pera abacate e um café.
U.O.P. - Qual é o prato a que não consegues resistir?
H.F. - São muitos, gosto muito de comer. Tenho
este problema.
U.O.P. - Tomas algum suplemento alimentar?
H.F. - Nenhum. Sei que devia tomar e sei
que se calhar era capaz de ter um melhor desempenho, mas por opção minha não
tomo nada. Durante a prova tenho sempre comigo uma bebida isotónica, banana, e
um gel energético caso tenha falta de açúcar. O ano passado na prova Longa tive
que usar barras energéticas.
U.O.P. - Como lidas com o nervosismo antes das provas?
H.F. - Não tenho assim nada de especial para
controlar o nervosismo. Existe sempre aquele formigueiro na barriga, mas depois
do sinal de partida tento desfrutar do momento e controlar o ritmo depois disso
o nervosismo passa.
U.O.P. - Existe alguma prova específica que gostarias de vencer?
H.F. - Não tenho ambição de vencer uma
prova, conseguir resultados que me permita um primeiro lugar é necessário muito
treino, muita disponibilidade e tenho consciência que não consigo. Tenho sim é
ambição em participar em provas diferentes e se conseguir já é uma vitória para
mim.
U.O.P.
- Que desejos para o futuro a nível desportivo?
H.F. - É tentar treinar sempre que houver
disponibilidade e o máximo que puder para que sempre que me sentir preparado
participar nas provas que eu achar que possa participar, seja triatlo ou
atletismo.
U.O.P. - Que mensagem gostarias de deixar aos
desportista, em especial da tua faixa etária?
H.F. - Pratiquem desporto, só faz bem,
tentem fazer alguma coisa, nem que seja andar. Eu quando via Triatlo na
televisão pensava para mim que este desporto era para super homens/mulheres.
Depois de participar e de estar dentro deste desporto vejo que tudo é possível,
só por curiosidade a faixa etária que mais pratica triatlo são homens e
mulheres com mais de 35 anos. Corro lado a lado com senhoras com mais de 40
anos, com homens de 40, 50 e 60 anos de idade muitos deles fazem bons tempos de
prova. Tenho um colega com 48 anos, que alguns anos atrás pesava 118 kilos, em
dois anos reduziu para 85 kilos e começou a praticar Triatlo, neste momento faz
há volta de 6 Triatlos longos por ano e não para. São estes exemplos que me dão
vontade de continuar e de querer praticar mais desporto embora muitas vezes
seja necessário fazer sacrifícios. Por isso não parem mexam-se, façam alguma
coisa.
Povoação,
sábado, 8 de dezembro de 2018.
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