Hoje
Um Olhar Povoacense apresenta-vos mais uma peça rara pertença do colecionador
Luís Junípero, o Gramofone.
São
muitas as peças antigas deste colecionador natural da Lomba do Cavaleiro,
Povoação, expostas na sua casa, bem como são muitas as histórias que cada peça
possui. Será que lhe dão o devido valor?
História do
Gramofone:
O
precursor do gramofone foi o fonógrafo inventado pelo americano Thomas Edison
em 1877. De facto, foi neste aparelho que Edison realizou a primeira gravação
sonora de sempre. A máquina consistia num cilindro de cera que rodava,
permitindo que uma agulha transmitisse as vibrações mecânicas traduzidas pela
superfície impressa do cilindro a um amplificador em forma de cone metálico. A
duração da gravação nestes cilindros era muito limitada, de tal forma que a
utilização inicial deste aparelho, tal com o concebera Edison, era como máquina
de ditar em escritórios. Mais tarde, em 1887, foi inventado, pelo alemão Emile
Berliner, o disco plano. Para a sua reprodução, este inventor desenvolveu uma
máquina que se designou por gramofone. Com bastante maior duração e capacidade
de gravação que o cilindro de Edison, o disco foi utilizado para gravação e
reprodução de músicas. Estes discos, impressos com uma pista magnética em forma
de espiral, eram colocados sobre um prato que girava a uma velocidade de 78
rotações por minuto (só bastante mais tarde se produziram os sistemas de 33 ou
de 45 rotações por minuto). A agulha que permitia ler a informação contida no
disco, através de vibrações, estava aplicada num braço que se movia ao longo da
espiral inscrita na sua superfície. O sistema motor era originalmente mecânico,
acionado por uma corda metálica. Por isso os gramofones estavam dotados de uma
manivela que permitia esticar as cordas manualmente (um sistema semelhante aos
dos relógios da época). Sobre o limite do braço da agulha, num dos cantos da
caixa do gramofone encontrava-se um dos seus elementos fundamentais e mais
característicos, o amplificador metálico em forma cónica.
O
sucesso deste aparelho foi quase imediato e a partir desse momento, grande
número de discos foram gravados e difundidos por todo o mundo, garantindo e
consolidando a presença e liderança comercial do gramofone. Em simultâneo
verifica-se o interesse de vários países na produção deste aparelho, procedendo
muitas vezes à reelaboração do sistema base, o que impediu a definição de uma
solução estandardizada. É testemunho desta dispersão de processos o gramofone
francês que tocava a uma velocidade de 90 rotações por minuto e invertia o
sentido de leitura do disco, iniciando no centro e terminando no perímetro.
A
partir de 1920 o motor elétrico substituiu o anterior motor de corda e um
amplificador eletromagnético destrona o característico e icónico corno,
inaugurando uma nova fase para este produto que culminaria, após o período da
alta-fidelidade, no processo de gravação e reprodução digital associada às
conquistas da alta tecnologia informática.
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