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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

TUBERCULOSE É A SEGUNDA CAUSA DE MORTE DE ORIGEM INFECIOSA NO MUNDO

Artigo de opinião do Dr. Hélder Novais e Bastos, médico e investigador vencedor da Bolsa D. Manuel de Mello

A tuberculose continua a ser um problema de saúde pública global. Estima-se que em 2011 tenham ocorrido cerca de 8,7 milhões de casos em todo o mundo, com uma mortalidade de 1,4 milhões de pessoas. Isso significa que a tuberculose é a segunda causa de morte de causa infeciosa no Mundo.

Em Portugal, tem-se verificado um decréscimo anual médio de 7,3% nos últimos anos. Porém, ainda não foi atingido o limiar de incidência de 20 casos/100.000 habitantes, que nos conferiria a categoria de país de baixa incidência.

A tuberculose é causada por uma família de bactérias que é conhecida coletivamente por Mycobacterium tuberculosis complex. A interação entre a bactéria da tuberculose e o hospedeiro humano é muito complexa. São duas espécies que se conhecem muito bem e que ao longo de milhares de anos se souberam adaptar mutuamente. A maioria dos investigadores tem-se concentrado no estudo dos fatores que aumentam a predisposição dos doentes a desenvolver tuberculose. Contudo, do outro lado está uma bactéria que, contrariamente ao que se pensava antes, apresenta também uma diversidade genética importante. Nós pensamos que esta diversidade poderá justificar, pelo menos em parte, o amplo espectro de manifestações clínicas desta doença.

Com a investigação, distinguida pela Bolsa D. Manuel de Mello, pretendo caraterizar a filogenia das bactérias que causam tuberculose no norte do país, ou seja, que diferentes linhagens ou estirpes, com origens evolutivas distintas e geneticamente diversas, andam a circular e a infetar as pessoas.

Compreendendo em detalhe a diversidade genética da bactéria e a forma como esta influencia a gravidade da tuberculose, dar-nos-á pistas para desenvolver estratégias de tratamento mais ajustadas para cada caso. Por exemplo, se descobrirmos que uma linhagem particular de tuberculose está associada a um pior prognóstico da doença, os  médicos saberão que devem intervir mais precocemente e, eventualmente, com uma abordagem terapêutica mais potente.

A Bolsa D. Manuel de Mello, atribuída anualmente, é uma iniciativa da Fundação Amélia de Mello em parceria com a José de Mello Saúde. Pretende contribuir para a investigação e progresso das Ciências da Saúde e destina-se a premiar jovens médicos, até aos 35 anos, que desenvolvam projetos de investigação clínica, individualmente ou integrados em equipas, no âmbito das Unidades de Investigação e Desenvolvimento das faculdades de Medicina portuguesas.

Mais informações em www.josedemellosaude.pt

Artigo de opinião do Dr. Helder Novais e Bastos, médico e investigador vencedor da Bolsa D. Manuel de Mello

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