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domingo, 29 de dezembro de 2013

RIBEIRA QUENTE - OS TÚNEIS DA LIBERDADE: HORÁRIO E SALÁRIO DOS TRABALHADORES (continuação)

No caso da obra do túnel, o horário e o salário dos trabalhadores são dois fatores indissociáveis.

Quanto ao horário de trabalho, ele decorria de sol a sol, de segunda a sábado, apenas com um intervalo de uma hora para o almoço, às doze horas. Durante a semana descansavam ao Domingo. Segundo informações de alguns trabalhadores, todos os dias trabalhavam um quarto de hora a mais para poderem usufruir da tarde de sábado livre.

No entanto, durante as obras do segundo túnel, o horário de trabalho modificou-se em virtude do trabalho ter sido realizado por turnos.

Alega o Sr. José Pimentel, mestre pedreiro da obra, que durante dezoito dias fizeram turnos noturnos, sem intervalo de descanso, com o objetivo de terminarem mãos rapidamente a obra do segundo túnel.

É de salientar que, para se poder realizar este trabalho noturno, o túnel e toda a área de trabalho fora iluminada com luz elétrica.

A jorna que cada trabalhador recebia, era consoante as horas de trabalho.

Cada dia de trabalho dividia-se em quatro quartos. Dois de manhã e dois de tarde. Caso um trabalhador chagasse atrasado ao serviço, depois de ser efetuado o ponto, era-lhe descontado um quarto de dia.

No caso específico dos pedreiros, era-lhe atribuído a jorna por trato. Ou seja, recebiam três escudos por cada metro de pedra colocada.

Segundo as nossas fonte, conseguimos apurar que o mestre pedreiro da obra recebia treze escudos e que o mestre carpinteiro recebia quatorze escudos de salário aproximadamente.

No que se refere às crianças era-lhes atribuído um salário de cinco escudos.

Todos estes salários eram trazidos pelo pagador, José Marcos, de quinze em quinze dias. Refira-se, a propósito, que estes pagamentos sofriam atrasos prolongados, como foi o caso do Sr. José Pimentel cujo salário das dezoito noites de serviço no túnel nunca lhe foi reembolsado.

Fonte: Livro de Maria de Deus Raposo Medeiros Costa “Os Túneis da Liberdade”

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