No próximo dia 14 de Março a Sociedade Portuguesa de
Nefrologia assinala o “Dia Mundial do Rim”, sob o tema “Rins para a Vida, Pare a lesão renal aguda”. Esta iniciativa, em
mais de 100 países em todo o mundo surgiu da necessidade de informação e
sensibilização sobre a doença renal, devido à sua elevada prevalência e
significativas morbilidade e mortalidade associadas.
Os rins
filtram os produtos tóxicos e o excesso de água da corrente sanguínea,
eliminando-os através da urina. Promovem também a regulação da pressão
arterial, bem como a produção de hormonas que regulam o crescimento e
metabolismo ósseo e a formação dos glóbulos vermelhos do sangue.
As principais causas de doença renal crónica no adulto são a diabetes
mellitus, a hipertensão arterial e as doenças glomerulares. Muitas vezes, a
ausência de sintomas numa fase inicial da doença contribui para o
desconhecimento e atraso do diagnóstico e tratamento. A ausência de deteção da
doença renal leva à perda progressiva da função renal, insuficiência renal e
eventual necessidade de tratamento substitutivo renal. Por outro lado, os
doentes renais crónicos apresentam maior prevalência de doenças
cardiovasculares, incluindo doença coronária, insuficiência cardíaca, doença
cerebrovascular e doença vascular periférica, sendo estas as principais causas
dos óbitos.
Falamos em
insuficiência renal quando a função dos rins se encontra muito deteriorada, o
que pode ocorrer de forma aguda ou crónica: a insuficiência renal aguda pode
ser provocada por desidratação grave, infeções sistémicas, tóxicos ou, ainda,
lesões vasculares e frequentemente desenvolve-se rapidamente. Na maioria dos
casos, desaparece com a resolução da causa subjacente, apesar de poder acarretar
sequelas importantes a longo prazo.
Já a
insuficiência renal crónica desenvolve-se (na sua forma mais usual) lentamente
e, embora o tratamento diminua a probabilidade de progressão e complicações, os
pacientes muitas vezes necessitam, numa fase mais avançada, de recorrer a
diálise e/ou transplante.
A avaliação
regular da função renal é fácil, requer apenas uma análise de sangue e urina, e
permite detetar se existe alguma anomalia. Se detetada precocemente, a doença
renal crónica pode ser tratada e controlada, permitindo uma significativa
redução das suas complicações. Promovendo a saúde do seu rim estará também a
promover o melhor funcionamento do seu coração. Zele pelos seus rins e pelos
daqueles que lhe são mais próximos!
Fernanda
Carvalho
Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de
Nefrologia
Sem comentários:
Enviar um comentário