O
Presidente do Governo dos Açores lamentou ontem que o Governo da República
tenha recusado apoiar a Região na recuperação dos estragos das recentes
intempéries, mesmo tendo conhecimento que 90 por cento dos prejuízos foram
registados em áreas da competência do Governo Regional.
“Se
90 por cento dos estragos se situam em áreas da competência do Governo
Regional, isso quer dizer que 90 por cento destes estragos não serão apoiados”
pelo Governo da República, salientou Vasco Cordeiro em declarações aos
jornalistas.
O
Presidente do Governo reagia assim à decisão do Conselho de Ministros, que
aprovou uma flexibilização dos limites de endividamento dos municípios para
fazer face aos estragos causados pelo mau tempo que atingiu recentemente os
Açores.
No
dia 20 de março, o Presidente do Governo enviou uma carta ao Primeiro-Ministro
a solicitar a solidariedade nacional face ao volume de estragos provocados
pelas intempéries, que ascendeu a cerca de 35 milhões de euros.
Segundo
Vasco Cordeiro, o que foi aprovado em Conselho de Ministros, na prática,
representa uma “recusa ao pedido de ajuda que foi feito pelo Governo dos Açores
ao Governo da República”.
“Mais
valia dizerem, claramente, que não estavam disponíveis para ajudar, porque esta
artimanha de dizer que se apoia os municípios serve apenas para enganar as
pessoas”, afirmou Vasco Cordeiro.
O
Presidente do Executivo considerou também que, nesta matéria, devia ter “havido
a coragem, que não houve, de assumir claramente que um pedido de ajuda do
Governo Regional ao Governo da República não era para ser atendido”.
“Tentar
enganar as pessoas nestes termos é que é lamentável e um ato de cobardia
política, que deve merecer, da parte de outras instâncias, um comentário para
que a dignidade que faltou num caso não falte também noutros”, afirmou o
Presidente do Governo, na ilha de São Jorge.
Vasco
Cordeiro adiantou ainda que a Região não pediu um valor específico de apoio ao
Governo da República, mas apenas ajuda, que “foi recusada aos Açores e aos
Açorianos”.
Depois de salientar que os
municípios dirão o que acharem por bem relativamente a esta decisão, o
Presidente do Governo realçou que este assunto “tem a ver com um país que tem
de ter a dignidade e o sentido de solidariedade de dizer que ajuda ou, então,
tem de ter a coragem de dizer que não pode ajudar”
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