A
Praça de São Pedro recebeu 250 mil pessoas para a primeira bênção Urbi et Orbi
do novo líder da Igreja Católica.
Foi uma mensagem de apelo
à paz no mundo e de abertura a Jesus Cristo. Na primeira bênção Urbi et Orbi, o
Papa Francisco falou às 250 mil pessoas que encheram a Praça de São Pedro, no
Vaticano, com a mesma carga emocional que tem demonstrado desde que assomou
pela primeira vez ao balcão central da basílica como novo chefe da Igreja
Católica.
"Deixemo-nos renovar
pela misericórdia de Deus, deixemo-nos amar por Jesus, deixemos que a força do
seu amor transforme também a nossa vida, tornando-nos instrumentos desta
misericórdia", disse o Papa.
Na noite de sábado, na
Vigília Pascal, Francisco já tinha deixado um desafio aos que estão
"longe" de Jesus Cristo – a quem é "indiferente" e a quem
"parece difícil segui-lo". "Aceita então que Jesus Ressuscitado
entre na tua vida, acolhe-O como amigo, com confiança: Ele é a vida! Se até
agora estiveste longe d’Ele, basta que faças um pequeno passo e Ele te acolherá
de braços abertos. Se és indiferente, aceita arriscar: não ficarás desiludido.
Se te parece difícil segui-Lo, não tenhas medo, entrega-te a Ele, podes estar
seguro de que Ele está perto de ti, está contigo e dar-te-á a paz que procuras
e a força para viver como Ele quer", disse o Papa na vigília da noite que
antecedeu a primeira bênção Urbi et Orbi.
Na manhã deste domingo, o
Papa Francisco apelou à "paz para o mundo inteiro", que "começa
no Oriente Médio, especialmente entre israelitas e palestinianos, que sentem
dificuldade em encontrar a estrada da concórdia, a fim de que retomem, com
coragem e disponibilidade, as negociações para pôr termo a um conflito que já
dura há demasiado tempo".
Síria, Mali, Coreias...
Depois do apelo à
"paz no Iraque, para que cesse definitivamente toda a violência", o
Papa Francisco referiu-se com especial atenção à "amada Síria" e
deixou o lamento, dirigido "à sua população vítima do conflito" e aos
"numerosos refugiados, que esperam ajuda e conforto". "Já foi
derramado tanto sangue... Quantos sofrimentos deverão ainda atravessar antes de
se conseguir encontrar uma solução política para a crise?”.
Deixou também palavras
para o continente africano, para os “sangrentos conflitos” no Mali, na Nigéria,
na República Democrática do Congo e na República Centro-Africana.
A tensão na península
coreana também não foi esquecida, “para que sejam superadas as divergências e
amadureça um renovado espírito de reconciliação” entre o Norte e o Sul.
Ganância de quem procura
lucros fáceis
A crise financeira mundial
também mereceu especial atenção do Papa, traduzida em palavras que todos podem
entender, como tem feito desde que deixou de ser apenas o cardeal argentino
Jorge Bergoglio: “Paz para o mundo inteiro, ainda tão dividido pela ganância de
quem procura lucros fáceis, ferido pelo egoísmo que ameaça a vida humana e a
família – um egoísmo que faz continuar o tráfico de pessoas, a escravatura mais
extensa neste século XXI.”
No final, um apelo a todos
os "amados irmãos e irmãs, originários de Roma ou de qualquer parte do
mundo". "A todos vós que me ouvis, dirijo este convite do Salmo 117:
'Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterno o seu amor. Diga a
casa de Israel: É eterno o seu amor'".
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