Os
alunos do 4.º ano farão exames nacionais de Matemática e Português pela
primeira vez este ano
Ministério pede aos
directores que concentrem o maior número possível de alunos nas sedes dos
agrupamentos. Pais alertam para pressão colocada em crianças de nove anos.
O Ministério da Educação e
Ciência (MEC) está a avisar os directores escolares de que deverão “congregar”
no mesmo espaço, nomeadamente nas escolas-sede dos respectivos agrupamentos, “o
maior número possível de alunos” do 4.º ano que, em Maio, vão fazer os exames
nacionais de Matemática e Português.
Albino Almeida, da
Confederação das Associações de Pais (Confap), critica a medida, “que vai
perturbar as crianças de nove anos e o trabalho das escolas que as acolhem”,
mas admite que ela é “inevitável”.
“Talvez o Governo perceba,
de uma vez por todas, que a confusão, a perturbação e até a despesa provocadas
pelas provas nacionais do 4.º ano estão longe de corresponder aos benefícios”,
comentou Albino Almeida nesta quinta-feira.
Apesar de considerar
criticável que os alunos sejam deslocados para a escola sede para fazer os
exames de fim do 1.º ciclo, que este ano se realizam pela primeira vez, o
representante dos pais admite “que não seria fácil fugir-lhe”.
“Deveremos ter cerca de
100 mil crianças no 4.º ano. Mesmo juntando-as nas escolas-sede, estamos a
falar de uma gigantesca operação logística, tendo em conta que as provas terão
de ser entregues, no próprio dia, por militares da GNR, como acontece nos casos
de exames nacionais realizados noutros níveis de ensino”, lembrou.
O MEC justifica a opção
pelas maiores “exigências de segurança e equidade” a que este novo figurino das
provas obriga, de forma a garantir que “a avaliação se realize nas melhores
condições”.
Os dirigentes das duas
associações de directores de escolas, Manuel Pereira e Filinto Lima, não tinham
hoje recebido ainda a notificação da Direcção-Geral dos Estabelecimentos
Escolares. Frisaram, contudo, que a concentração dos alunos que têm provas de
Português e de Matemática no final do 1.º ciclo do ensino básico, a 7 e 10 de
Maio, respectivamente, levanta inúmeros problemas.
“O que é que eu faço
nesses dias aos alunos que têm aulas na escola-sede? Mando-os para casa?”,
questiona Filinto Lima, dirigente da Associação Nacional de Directores de
Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
Manuel Pereira, da
Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), disse querer saber quem vai
pagar e assegurar o transporte das crianças. Director do agrupamento de escolas
de Cinfães, lembra que há alunos que vivem a 35 quilómetros da escola-sede, que
terão de ser percorridos por estradas em mau estado de conservação. “Não é caso
único: a situação é semelhante à das restantes localidades do interior do
país”, frisou, quando contactado pelo PÚBLICO.
Dois vigilantes por prova
No ofício que está a chegar
às escolas, a administração escolar sublinha que “para que a organização e
acompanhamento do serviço possam ocorrer no respeito pelas normas e orientações
do Júri Nacional de Exames, importa conhecer urgentemente a rede de escolas
onde se irão realizar as provas” e pedem que as informações sejam fornecidas,
“impreterivelmente, até 18 de Março de 2013”.
Recorda ainda que a
vigilância dos exames deverá ser assegurada por dois professores, escolhidos de
entre os que não leccionam o 1.º ciclo e os que não pertencem a um grupo de
docência da disciplina sobre a qual incide a prova. Para além disso, terá ser
criado um secretariado de exames residente no estabelecimento onde estas
efectivamente têm lugar, frisa.
Neste primeiro ano em que
os alunos fazem exames no final do primeiro ciclo, está estipulado que os
alunos do 4.º ano que chumbarem na primeira fase terão a possibilidade de
repetir as provas a 9 e 12 de Julho. Quem estiver nesta situação terá um
período de acompanhamento extraordinário, já depois do final do ano lectivo.
Este apoio não tem carácter obrigatório.
Fonte: www.publico.pt
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