Foto:
Ruben Coelho / Milhafre
(Buteo buteo rothschildi)
|
A Sociedade Portuguesa para
o Estudo das Aves (SPEA) promove a 9 e 10
de abril o XI Censo de Milhafres nos Açores, numa iniciativa que pretende
contribuir para avaliar o estado da população da única ave de rapina diurna que
nidifica no arquipélago.
A iniciativa realiza-se todos
os anos desde 2006 e pretende mobilizar dezenas de voluntários, a quem se pede
a recolha de dados sobre os avistamentos de milhafres, também conhecidos nos
Açores como Queimados.
Estes, com uma envergadura
entre 110 e 130 centímetros, podem ser vistos sozinhos ou em grupo, a voar,
pairar, pousados no solo ou, muito frequentemente, em cima de muros, postes e
nos seus poisos de caça. A espécie pode ser observada um pouco por todo o lado,
em zonas florestais, áreas costeiras, pastagens e mesmo zonas urbanas,
alimentando-se maioritariamente de roedores, mas pode consumir também pequenas
aves, insetos e minhocas. O envenenamento e a eletrocussão em linhas elétricas
são as principais ameaças que afetam os milhafres, para além da captura/abate
ilegal.
Este censo, promovido pela
SPEA, vai decorrer nos dias 9 e 10 de abril nos Açores, e no fim-de-semana
seguinte no arquipélago da Madeira, onde estas aves são conhecidas como mantas.
Em termos taxonómicos no arquipélago dos Açores ocorre a subespécie Buteo buteo rothschildi, enquanto no
arquipélago da Madeira a subespécie que existe é a Buteo buteo harterti e no território continental ocorre a
subespécie Buteo buteo buteo.
Para participar neste censo não
é necessário ter conhecimentos científicos específicos, bastando conseguir
identificar esta ave de rapina. O censo apela, por isso, à cidadania ambiental
(ou Citizen Science), propondo a participação dos cidadãos num projeto
científico que visa a obtenção de mais dados sobre as populações de milhafres
existentes nos Açores.
Nas anteriores 10 edições deste
censo estiveram envolvidos 696 voluntários, tendo permitido avistar 4923 aves
nos Açores, em 622 percursos realizados, possibilitando a estimativa das
densidades por ilha desta espécie. Em 2015, as ilhas com maior número de
milhafres avistados por quilómetro percorrido nos Açores foram Graciosa, São
Miguel e São Jorge.Os relatórios com os dados
anuais sobre este censo, como qualquer dúvida de como pode participar, podem
ser consultados na página da SPEA em http://www.spea.pt/fotos/editor2/relatoriocensodemilhafres_mantas_2006a2015.pdf
A SPEA agradece a
participação de todos os voluntários nestes últimos 10 anos e apela a nova participação nesta 11ª edição.
Sem comentários:
Enviar um comentário