A
Igreja Católica Apostólica Romana consagra de um modo especial o mês de Março a
São José o modelo de todos os Pais …
São
José o Homem Justo … Pertencia São José à tribo de Judá e era da linhagem real
de David, chama a Sagrada Escritura a São José o Varão Justo e a Deus tudo é
possível, os desígnios de Deus são insondáveis …
Lenda:
Conta-se
que Nossa Senhora para que os desígnios de Deus se realizassem “O Nascimento de
Jesus” teria de existir um jovem puro como a neve para ser esposo de Maria.
O
sinal visível da pureza do jovem teria de se manifestar no bordão que usavam,
que teria de florir, e assim aconteceu ao bordão de São José.
Anexo
uma fracção de um cântico consagrado: “… do varão nasceu a vara … da vara
nasceu a flor … da flor nasceu Maria … de Maria o Redentor …”
Quem
dera que todos os pais fossem como José, o meu pai não foi como José, mas para
nós foi o mais maravilhoso dos pais, tinha sempre o coração cheio de amor, sua
vida foi uma doação à sua esposa, seus filhos e a todas as pessoas sem olhar a
credos ou cores.
Ligeiro
apontamento de sua vida: nasceu às duas horas da madrugada do dia nove de Maio
de 1898 na fazenda de Potosi, distrito e município de Cravinhos, Comarca de
Ribeirão Preto, Estado de São Paulo.
Filho
de Manuel Joaquim do Carmo e de Maria Emília do Carmo, neto paterno de António
Joaquim do Carmo e Maria Jacinta de Melo, neto materno de Francisco Jacinto de
Medeiros e de Maria Jacinta de Medeiros.
Foi
batizado no dia 24 de Julho de 1898 pelo vigário Giácomo de Petris de origem
italiana.
Aos
dois anos, e na companhia de seus pais e irmãos, emigrou para os Estados
Unidos, residindo na cidade de Boston. Naquela cidade realizou parte dos seus
sonhos. Ali se criou, ali estudou e trabalhou numa drogaria, praticou desporto,
em especial o boxe, no seu tempo liceal.
Seus
pais eram naturais da Lomba do Alcaide Povoação emigrados há longos anos,
sentiam a saudade da terra onde nasceram, e persuadiram seus filhos a virem
para São Miguel, e assim aconteceu … Veio o meu pai para São Miguel com 24
anos. Chegados que são a São Miguel o meu avô paterno com a abundância do
dinheiro que adquiriu nos Estados Unidos com o suor do seu rosto na labuta de
cada dia, tornou-se proprietário de uma boa quantidade de alqueires de terra.
Foi o meu avô paterno o primeiro homem da localidade a construir uma pequena
casa no local das Queirozes para a criação de animais em especial suínos,
possivelmente influencias de vivências no estrangeiro.
Durante
muitas décadas de anos os nossos porcos foram criados em pocilgas à volta das
nossas casas, na época de certo para “alguns o meu avô não devia jogar com
todos os trunfos!” … Faleceu o meu avô paterno e depois de sua morte os
terrenos aos poucos foram passando para outras mãos devido à falta de uma boa
administração de seus herdeiros, o que sobra de tanto que possuíam é nesgas de
terra e a casa que foi sempre pertença da família. Casaram os meus pais a 28 de
Setembro de 1927 no tempo das vacas magras.
O
namoro de meus pais não sei se poderei intitular de original visto que os
namoros de agora não são como os de antigamente … imaginem o meu pai num
extremo de uma mesa a minha mãe no outro, ao centro da mesa, uma vizinha de
olhos e ouvidos alerta.
Com
o casamento, e depois com o nascimento dos filhos, a saber, Leonel, Ângelo,
Maria Filomena e Benjamim teve o meu pai de trabalhar a terra a sacho ou arado,
ir às matas para a apanha de lenha com que se cozinhava, viradas de terra com
água, descalço, quantas vezes com a roupa encharcada e remendada e mais que
remendada colada ao corpo na lufa…lufa de cada dia para que não faltasse o
pão-nosso de cada dia à sua família.
Rebenta
a Segunda Guerra Mundial e o meu pai como estrangeiro que era, ou regressava ao
país de origem ou teria que pagar ao estado português a quantia de mil escudos,
se não me falha a memória. O que é certo, não foi nada fácil para os meus pais
ultrapassar mais este obstáculo com muita tenacidade com imensos sacrifícios à
mistura. Posso dizer é que não sei dizer quanta vezes fui à loja com um ovo ou
dois trocar por um pouco de sabão, uns pós de açúcar ou outra coisa qualquer. A
propósito de açúcar lá uma vez que outra torrava a minha mãe numa sertã de
barro uns grãos de milho que algumas vezes se comiam assim, outras vezes eram
moídos, e com a farinha ligeiramente torrada confeccionava a minha mãe um pouco
de café ao tomarmos o café… Mamã o café não tem açúcar! Mexe que está no fundo…
E lá se mexia, mas o pouco açúcar que havia estava na loja.
A
guerra ou guerras é sempre uma calamidade para os povos na sua maioria, para o
meu pai, para nós foi benéfico, logo no início com a vinda dos americanos para
a ilha de Santa Maria aquando da construção do aeroporto foi o meu pai com
esperança de dias melhores e assim aconteceu. Como sabia o inglês foi
intérprete ao serviço dos americanos, ao serem transferidos os americanos
fizeram-lhe convite para a sua ida para as Lages, mas o meu pai não aderiu,
preferiu ficar em Santa Maria, trabalhou alguns anos como empregado de mesa,
depois como porteiro e quantas vezes recepcionista, guia de quando em quando a
mostrar as deslumbrantes paisagens da ilha… O intérprete ideal, um homem de
coração, um homem que muito amou.
Seu
encontro com Deus foi em 16 de Abril de 1984.
-
Pai para sempre estás no meu coração…
Brisa Perfume
São
José é modelo dos Operários e Pais, possuía todas as virtudes em grau elevado a
bênção Divina do Pai. (O Evangelho de São Mateus indica a genealogia do Santo
Patriarca, basta para isso conferir como assim é lendo os primeiros dezassete
versículos do Evangelho. Notemos no entanto, o cuidado do Evangelista em
empregar a palavra (gerou) até São José e depois para evitar confusões
acrescenta (esposo) de Maria da qual nasceu Jesus que se chama Cristo).
BENJAMIM CARMO
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