O escritor e cronista, Nuno Costa
Santos esteve na Povoação para apresentar, na terra da avó, o seu primeiro
romance, intitulado “Céu Nublado com Boas Abertas”.
Os Paços do Concelho encheram-se
de personalidades, familiares e populares que assistiram ao acontecimento,
proporcionado pela Câmara Municipal da Povoação, através do programa
interilhas, da RDP Açores. Na cerimónia, o líder do executivo povoacense, Pedro
Melo, elogiou a obra e o seu autor, que reside em Lisboa, mas jamais esqueceu
as suas raízes.
Num claro regresso às origens, o
autor homenageia, com o livro, os avós maternos. “ É um regresso à Lomba do
Loução, que no fundo é o início deste livro. Foi lá que o meu avô e a minha avó
se conheceram. A minha avó estava a vender rifas numa festa popular, o meu avô,
um soldado nesta parte da ilha, nos anos 40 do século passado, apaixonou-se por
ela e se não fosse essa paixão, esse romantismo puro e sincero, eu não estava
aqui, na Povoação a editar este livro”, referiu Nuno Costa Santos.
Com a publicação de “Céu Nublado
com Boas Abertas” o autor disse sentir que a promessa que havia sido feita
estava cumprida. “Este é um livro que joga nas fronteiras entre a realidade e a
ficção e neste sentido eu acho que correspondi a um anseio do meu avô de ter
alguém que consagrasse editorialmente aquilo que ele escreveu. Eu não só
editei, como dialoguei literariamente com o meu avô, escrevi com ele, falei com
ele, falei com a terra dele, nos Fenais da Luz, falei com a Povoação da minha
avó. Portanto, é um livro de múltiplos diálogos”, explicou o autor.
Nos Paços do Concelho, Nuno Costa
Santos disse ainda que “levo uma emoção enorme por poder apresentar o livro
numa terra que está sempre comigo porque eu sou daqui, porque as minhas raízes,
o meu sangue está aqui. Tenho primos aqui, tenho uma tia aqui, fui ao casamento
dos meus primos na Igreja da Lomba do Loução e é algo de misterioso e de belo
em poder vir aqui lançar o livro perante esta comunidade, tão bem acolhido por
esta Presidência da Câmara. É o cumprimento de um sonho, de um desígnio e penso
que os meus avós, no fundo, ficam contentes porque o meu avô não estando cá,
sinto que, de certa forma, a presença dele está, e a minha avó esteve no
lançamento em Lisboa e muitas vezes vem passar grandes temporadas na Lomba do
Loução. Ela ficou muito feliz por ter editado este livro”, acrescentou o
escritor.
Sidónio Bettencourt ficou
encarregue de apresentar a publicação, elogiando mais do que a obra, o
simbolismo que ela carrega. “Eu que sempre dei importância aos avós e às
infâncias com os avós achei importante sublinhar o facto de a Povoação ter um
filho destes e chamar a atenção para ele e para a sua terra. Mais do que a obra
em si, que tem a qualidade que tem, que tem gente de reconhecido mérito que
falará sob o ponto de vista literário, eu falaria mais do género, mas sobretudo
do lado humano, que é a relação do avô com esta terra e desta terra com ele,
sem a qual também não haveria livro. Portanto nós temos todos a ganhar com um
livro destes que se torna literatura universal e que um dia será traduzido.
Percebo a importância que tem o Nuno Costa Santos em relação a este livro, à
própria Povoação e sobretudo à dádiva e ao pedido que o avô lhe faz e à herança
que ele recebe e consegue corresponder”, explicou.
Após a apresentação do livro, o
momento musical ficou a cargo de Rafael e César Carvalho. Para o professor de
viola da terra tratou-se de um concerto com um significado muito particular
porque foi a primeira vez que atuou no edifício dos Paços do Concelho.
Recorde-se que “Céu Nublado com
Boas Abertas” conta a história de um homem que volta à sua terra para cumprir
uma missão que lhe foi atribuída por um avô que faleceu: a de recolher
histórias recentes, neste caso, da ilha de São Miguel, nos Açores.
Povoação, 15 de março de 2016
Gabinete de Comunicação e Imagem
da Câmara Municipal da Povoação
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