O
desastre aéreo que em 1989 vitimou 144 pessoas em Santa Maria, Açores, hoje
«seria perfeitamente evitável» pois a ilha tem cobertura radar, o que não se
verificava há 25 anos, explicou o presidente dos pilotos de linha aérea.
A
8 de fevereiro de 1989, o Boeing-707 da companhia norte-americana Independent
Air descolou de Bérgamo, Itália, com 137 turistas e sete tripulantes. Punta
Cana, na República Dominicana, era o destino, mas o voo IDN1851 embateu no Pico
Alto (547 metros), quando estava em aproximação ao aeroporto de Santa Maria
para uma escala técnica.
«Se
fosse agora, [o acidente] não teria acontecido por uma razão muito simples:
hoje já há cobertura radar, o que não acontecia naquela altura. O avião estava
a voar abaixo da altitude de segurança, mas, hoje, com o ambiente radar, isso
não era possível porque o controlador aéreo não deixaria que isso acontecesse»,
salientou à agência Lusa o presidente da Associação dos Pilotos Portugueses de
Linha Aérea (APPLA).
Pedro
Santa Bárbara acrescentou que, por outro lado, a aeronave seguia numa rota que
passava precisamente à vertical do pico de Santa Maria, situação que hoje «nunca
aconteceria». Por estas razões, hoje, aquele que é o pior desastre aéreo
ocorrido em território nacional «seria perfeitamente evitável», sublinhou.
O
presidente da APPLA frisou que a operação aérea nas ilhas melhorou bastante nos
últimos 25 anos. Para o ex-investigador do Gabinete de Prevenção e Investigação
de Acidentes com Aeronaves (GPIAA), o erro humano nunca vai deixar de existir,
mas Artur Álvaro Pereira não acredita que se voltem a reunir todas as
circunstâncias que estiveram na origem da tragédia.
Conjunto de erros
humanos
O
relatório final ao desastre aéreo, realizado em 1992 pela já extinta Direção
Geral da Aviação Civil, aponta como causas prováveis do acidente um conjunto de
erros humanos que levaram o Boeing 707 a descer para os 2.000 pés quando a
altitude mínima, naquela zona, era de 3.000 pés.
O
especialista considera que o relatório «está extremamente bem feito, sem falhas
e com respeito por todas as etapas», acrescentando que, 25 anos depois, os
métodos na investigação de acidentes aéreos se mantêm.
Artur
Álvaro Pereira conta que depois do acidente todos os operadores turísticos
cancelaram os voos fretados à Independent Air, o que levou a que a companhia de
charter norte-americana viesse a fechar.
Fonte: tvi24 /
MM
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