Apesar
de existir uma considerável variedade de programas ocupacionais e de emprego,
continua a haver uma grande lacuna entre o número de pessoas com deficiência
inscritas na Agência de Emprego e Qualificação Profissional e as que
efetivamente são colocadas do mercado de trabalho.
Esta
foi apenas umas duras realidades conhecidas no V Colóquio que visou assinalar o
Dia Internacional da Pessoa com deficiência, na Povoação; este ano com enfoque
na problemática “Valorizar a diferença - desafios no mercado de trabalho”; uma
iniciativa organizada pela Câmara Municipal da Povoação em articulação com a
sua Biblioteca.
Para
Paula Andrade, da Direção Regional da tutela o problema está na sociedade
civil. “ É importante olhar para as minorias. Estas pessoas têm direito à vida
e aos direitos humanos que estão estabelecidos como qualquer outra pessoa dita
normal. Tem sido uma luta minha sensibilizar as entidades para acolher pessoas
com deficiência, que podem ser tão ou mais rentáveis e produtivas como as
restantes. Mas ainda é difícil passar essa mensagem”, uma opinião partilhada
por Nuno Bola da Associação Seara de Trigo.
A
sociedade civil terá de mudar a sua mentalidade, mas para isso acontecer,
segundo Paula Andrade, há ainda um longo caminho a percorrer para que os
agentes locais, empresariais e governamentais se unam a uma só voz.
Neste
Colóquio promovido, pelo quinto ano consecutivo, pela autarquia povoacense
Dulce Ponte, mãe do jovem autista, André Bicudo, falou da angústia e das
incertezas que assombram o futuro laboral do seu filho, que apesar de
desempenhar brilhantemente funções na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de
Ponta Delgada continua a deambular de programa em programa ocupacional.
Neste
encontro foram ainda apresentados os casos Paulo Jorge Pereira e Catarina
Pimentel, dois exemplos de sucesso no mundo da deficiência que, através de
muitas batalhas, conseguiram conquistar o seu lugar no mercado de trabalho.
A
Comissão Organizadora do Colóquio da Povoação relembrou igualmente os passos
importantes que foram dados em cinco anos. “Ao fim de 5 anos o nosso balanço é,
de facto, muito positivo porque vamos adquirindo experiência e temos constatado
que o nosso público tem vindo a aumentar, os comentários nas pausas são sempre
positivos e os momentos de partilha e troca de conhecimentos são realmente uma
mais-valia”, frisou Marília Vieira.
Fonte/Fotos:
Gabinete de Comunicação e Imagem da Câmara Municipal da Povoação
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