O tempo passa a uma velocidade incrível que digam os mais versados, a uma rapidez que não conseguimos acompanhar e até mesmo alcançar! Parece mentira?! Mas na realidade já se passaram quase 25 anos, desde a fatídica hora do seu falecimento do Ribeiraquentense António Manuel Simas Linhares! Sua alcunha “Salgueiro” assim todos nós o conheciamos. Descanse em paz nosso Grande Amigo! Foi precisamente no dia 9 de setembro de 1994, com 27 anos de idade, que ocorreu essa tragédia, um atropelamento intenso e súbito, especificamente pelas 8H10m, em pleno dia de trabalho, na reta de Santana, muito próximo da ermida Santana em Vila de Rabo de Peixe.
Um jovem a florescer, gritando dinamismo, humildade, amigo dos seus amigos como se cotuma dizer e de boas famílias.
Nasceu a 17 de junho de 1966, filho de Manuel Linhares e de Arménia Duarte Simas, não seguiu a profissão do pai que era pescador, mas sim, desde os seus 18 anos aproximadamente, emigra para o Canadá em busca de novos horizontes, uma vez que a sua Terra Natal não proporcionava essas condições.
No entanto e passado algum tempo a insatisfação pela terra que teria sido destinada, sendo esta o Canadá, regressa ao seu “cantinho”. O anseio de se inserir no mercado de trabalho em sua terra natal foi-lhe facultado pela Direção Regional de Estradas, sendo este departamento do Governo, era o que recrutava mais pessoas para trabalhar por toda a ilha e consegue arranjar trabalho na área de Cantoneiro de Vias Municipais, durante praticamente 10 anos (1983 a 1993). Contudo, como o “António Salgueiro” não tinha as habilitações necessárias para exercer tal cargo, teve que frequentar o ciclo noturno a fim de tirar o 2º ano, o qual tive o privilégio de ter sido professor dele. Após completar a escolaridade obrigatória e ter sido colocado na referida direção no concelho de Ribeira Grande.
Posteriormente conhece o amor da sua vida! Uma jovem de Rabo de Peixe, Patrícia, com quem veio a casar mais tarde e fixar residência na localidade referida e cujos padrinhos ambos naturais da Ribeira Quente, designadamente Norberto Amaral, mais conhecido por Norberto “laranja” e sua esposa Ana Amaral. Com muita tristeza acrescento que deixou uma filha menor de seu nome Idália.
Aquele dia 9 de setembro de 1994, caiu como um raio no seio dos seus familiares e amigos tais como o Eduardo Xavier, mais conhecido por Eduardo “Gringo” e o António Sebastião, esse radicado em USA, os quais ficaram perplexos e sem palavras por tal acontecimento, ficaram desolados com uma dor profunda. Aquando do levantamento dessa pequena mensagem alusiva ao amigo António, os referidos amigos ainda relatam o seguinte: “foi um dia muito triste, um dia de momentos dolorosos que dificilmente esqueceremos! Perdemos um amigo que foi como um irmão para mim, (nós) e é um grande sentimento de injustiça tê-lo visto partir tão cedo.
Ficarão grandes recordações de tudo que passamos juntos, do seu sorriso único, da sua força de viver. Nada mais será igual daqui para a frente. Descanse em paz amigo Amigo!
João Costa Brilhantina
ANTÓNIO LINHARES “SALGUEIRO” O ATLETA
O António “Salgueiro” foi um dos muitos atletas que se evidenciaram na modalidade do atletismo na Escola Básica e Secundária da Povoação, na altura Externato Maria Isabel do Carmo Medeiros. Orientado pelo professor e treinador Alberto Ferreira, o “Salgueiro foi atleta das modalidades do lançamento do dardo, peso e arremesso de bola, obtendo boas classificações a nível de ilha e também disputou provas a nível regional, subindo ao 2º lugar do pódio na ilha Terceira no arremesso de bola.
Lembro-me dele com saudade, um ribeiraquentense cheio de vida e sempre muito bem humorado, aliás era muito popular entre os colegas pelas suas cambalhotas sem mãos, duplos mortais. Quando ia à praia da Ribeira Quente e o encontrava, lá lhe pedia que executasse uma cambalhota, gesto técnico arriscado, para destemidos e para quem muita segurança tinha no que fazia.
Foi sem dúvida um bom colega de equipa, partilhamos treinos, provas oficiais, estágios e viagens, momentos únicos e que jamais se apagarão da minha memória.
Até um dia meu amigo “Salgueiro”. Que a tua alma descanse em paz!
Pedro Damião Ponte
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