Foto de: João Costa |
Quem percorresse as ruas das Furnas, das 9h30 às 12h00, do dia 13 de março, deparava-se com uma romaria muito peculiar e, para mais informações obter, perguntasse ao Procurador das Almas:
-Ó irmão de onde são? Ó irmão quantos são? A resposta seria: - Somos cerca de 103 crianças da Romaria da Escola EB 1,2,3/JI de Furnas.
Foto de: João Costa |
De fato, a amálgama humana impressionava em simultâneo pela sua inocência e pela Fé espelhada nos seus pequenos rostos.
Foto de: João Costa |
Vestidos a rigor, as crianças, acompanhadas por alguns professores, auxiliares e encarregados de educação, percorreram algumas ruas das Furnas rezando e cantando a saudação do Anjo Gabriel à Virgem Maria.
Foto de: João Costa |
Esta romaria resultou da iniciativa dos docentes da disciplina de Moral e Religião Católica, da Escola EB,1,2,3/JI de Furnas, Sr.º. Pe. João Ponte e da senhora Prof.ª Cátia Rodrigues, tendo sido coadjuvados por elementos do Rancho de Romeiros de Ribeira Quente/Furnas. O próprio mestre, o Sr.º. António Rita participou na romaria, impondo o compasso cadenciado das Ave Marias, às vozes alegres dos peregrinos. O lanche partilhado decorreu no salão do Centro Social e Paroquial de Furnas, onde o pároco local e Ouvidor da Povoação, o Reverendo Padre Ricardo Manuel Melo Pimentel, numa pequena dissertação, elucidou os peregrinos sobre as origens dos Romeiros de S. Miguel, a sua importância no contexto quaresmal, a simbologia de algumas peças do seu vestuário, nomeadamente, o lenço, o xaile, a saca, o bordão e o terço. Neste lanche convívio, a Direção do Centro Social e Paroquial de Furnas convidou os Idosos afetos à Valência do Centro, assim como os idosos da Ribeira Quente a participarem num salutar momento de confraternização transgeracional. Fez parte do programa a visita à igreja paroquial de Nossa Senhora da Alegria que, uma vez fechada a saudação foi proferida à porta, assim como a saudação na Igreja da padroeira, a “Mãe da Mãe de Deus Bondosa”, Sant’Ana.
Foto de: João Costa |
Bem hajam iniciativas como esta que, desta forma, procura incutir nos mais jovens valores que nos foram transmitidos pelos nossos antepassados, sendo da nossa responsabilidade lega-los às gerações vindouras. Os Romeiros de S. Miguel são, indiscutivelmente, uma das mais profundas manifestações da religiosidade do povo micaelense e constituem um importante aspeto do Património Imaterial dos Açores que, pelas suas características únicas entre as romarias quaresmais portuguesas, poderiam ser classificadas pela ONU como Património Universal da Humanidade.
Cidália Costa
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