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segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

REVERENDO JOSÉ RAPOSO FERREIRA FILHO DA FREGUESIA DE POVOAÇÃO, LOMBA DO BOTÃO


Nasceu na Lomba do Botão, Povoação, aos 5 de setembro de 1915.

Filho de Manuel Inácio ferreira e de Maria José Raposo, neto paterno de António Inácio Ferreira e de Maria Matilde e materno de Francisco Raposo de Medeiros e de Maria Isabel do Carmo.

Foi batizado na igreja Matriz da Povoação, aos 12 de setembro de 1915, sendo padrinhos Jacinto Pacheco Balança e Maria das Marcês Pacheco.

Após concluir o ensino primário na escola da Lomba do Botão, transitou para o Seminário de Angra no ano letivo 1927-1928. Tendo terminado o curso de Teologia, foi ordenado sacerdote por Sua Ex.cia Rev.ma, D. Guilherme Augusto Inácio da Cunha Guimarães, aos 12 de junho de 1938, Festa da Santíssima Trindade, (113) ”conjuntamente com um grupo de cerca de vinte colegas no sacerdócio”. 

Atividade Pastoral

Depois de ordenado sacerdote, foi colocado no mesmo ano de 1938, na Criação Velha, Ouvidoria da Madalena, ilha do Pico, paróquia onde se manteve durante cinquenta e um anos, como pastor amigo daquele povo que muito estimava e a quem se dedicou pastoralmente até ao dia da sua morte.

Como se refere a ele alguém que o conheceu bem de perto, era “dedicado aos amigos, jamais procurou deles se «aproveitar» para conseguir algo em proveito próprio. […] Fomos colegas de curso. Um companheiro excelente. Incapaz de prejudicar os outros, embora por vezes não deixasse de discordar das opiniões alheias com veemência. […] O Padre Raposo era um bom homem. Sempre bem disposto, com um sorriso que a todos cativava. Nem sei se alguma vez teve uma palavra menos correta com qualquer interlocutor.

Foi um autêntico benemérito, em boa verdade, para a Criação Velha. Quando ali chegou a freguesia vivia em sérias dificuldades económicas. As vinhas estavam abandonadas porque o vinho nem preço tinha e a sua exportação era difícil. O Pe. Raposo começou por comprar algumas e iniciou a sua recuperação, começando por assalariai alguns trabalhadores da localidade, E foi alargando as compras e desbravando e arroteando os terrenos. Aumentou a produção e deu trabalho aos trabalhadores locais.

Nunca esqueceu a terra natal. Dela era apaixonado defensor. […] Os anos foram decorrendo, a freguesia da Criação Velha começou a prosperar, principalmente com a criação da Adega Cooperativa e o Padre Raposo passou a vender os seus terrenos. Tinha chegado a hora de passar o facho a outrem…

Todos os dias visitava a Vila [da Madalena] onde tinha bons e simpáticos amigos. […] Passados estes anos todos, toda a gente da Criação Velha recorda o antigo Pároco. E os que o conheceram dele falam com simpatia e algo de saudade” 114.

Observações

Faleceu a 28 de novembro de 1989, com setenta e quatro anos, vítima de acidente por despiste do seu carro, no trajeto de Criação Velha – Madalena do Pico, Vila aonde se deslocava todos os dias para a amena “cavaqueira” com alguns dos seus amigos.

O Jornal O Telégrafo, ao noticiar a sua morte escrevia: “Pessoa muito estimada não só pelos seus paroquianos como pela população da ilha do Pico, a sua morte causou consternação geral, dadas as suas qualidades de pessoa de bem e sempre pronto a atender a quem necessitasse dos seus serviços” (30/11/1989).

Também o semanário das Lages, O Dever, ao dar notícia da morte inesperada do Pe. José Raposo, afirma tratar-se de uma “Figura muito conhecida e estimada nesta ilha”, tendo o seu funeral constituído “uma grandiosa manifestação de pesar” (1/12/1989, p.2).

Tal como se prometia nesta edição, na semana seguinte aparece em primeira página um artigo do Pe. José Idalino Ferreira “No mundo da saudade O Padre José Raposo Ferreira” (15/12/1989,pp. 1 e 4). Como afirmava, então, o articulista, “O Padre Raposo lutou pela sobrevivências”, “Soube fazer amigos e muitos que eles eram. Conviveu com eles, sentando-se em mesas de trato público e às da intimidade familiar que dignificava com a sua presença e como que a seguir passos que o Divino Mestre trilho em ordem à humanização de difíceis situações que iam do abuso de riqueza em Zaqueu, passando pela miséria de uma viúva até chegar à desiludida Samaritana. Tirou, esse bom padre, dos seus 74 anos de existência, meio século de vida para com ela e nela edificar um reino que não sendo deste mundo, neste é apaziguador de consciências perturbadas, horizonte clarificador de incertezas, incinerador de ódios e paixões, injustiças e subserviências. (…). Por tudo isto e o muito que ficou por dizer neste declinar do dia vinte e nove do Mês dos Mortos, o Povo da Criação Velha, em esmagadora maioria, deu calor humano à sua gratidão, expressa ma consternação que só o silencia sabe traduzir” (15/12/1989. P.1 e p.4).

Fonte: Clero da Ouvidoria da Povoação de Octávio Henrique Ribeiro de Medeiros (2ª Edição revista e atualizada, ano de 2014).

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113 Ermelindo Ávila, Pe. José Raposo Ferreira, Diário dos Açores, 27 de dezembro de 2005. P. 7.
114 Ermelindo Ávila, Pe. José Raposo Ferreira, Diário dos Açores, 27 de dezembro de 2005, p. 7

Povoação, segunda-feira, 7 de janeiro de 2019.

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