Estimados
Ribeiraquentenses e demais pessoas aqui presentes, sejam bem vindos a mais uma
Festa do Chicharro à Moda da Ribeira Quente.
Minhas
caras amigas e amigos, se eu lhes perguntar se conhecem ou sabem quem é o Mário
António Martins do Rego, sei de antemão que a resposta de vocês, ou a maior
parte de vocês não sabem e não conhecem. No entanto, se lhes perguntar se
conhecem quem é o Mário Marinho, eu acredito que todos ou quase todos conhecem
pessoalmente e mesmo já ouviram falar dele. Portanto, minhas amigas e meus
amigos, estamos a falar de uma pessoa única, só que Mário Marinho é o nome
artístico dele e o outro é a do nascimento.
Falando
então do Mário Marinho, estamos perante um ilustre Ribeiraquentense que muito
lutou, muito se sacrificou para chegar ou para atingir o seu objetivo alcançado
em realidade: “Cantar”… e assim, foi ser cantor.
Falar
do Mário Marinho, ou seja, desse grande amigo, que vem desde dos bancos da
escola, até à presente data, não é muito fácil descrevê-lo aqui para o papel,
falando seria muito melhor de certeza absoluta, mas vou ser o mais sucinto
possível.
A
minha amizade para com esse grande artista do nosso “Torrão Natal” que vai
atuar daqui a pouco para todos nós, não se explica, sente-se, porque eu entendo
que o amigos sempre sabem quando serão amigos, pois compartilham momentos
juntos, dão forças, estão sempre lado a lado, nas conquistas e nas derrotas,
nas horas boas e nas difíceis, ou seja, mesmo à distância com essa novas
tecnologias todas, somos sempre amigos.
A
amizade nem sempre é pensar do mesmo jeito, mas abrir mão de vez em quando,
visto que a amizade é como ter um irmão que não mora na mesma casa e além disso
compartilhar segredos e emoções, e foi assim durante muitos e muitos anos. Ser
amigo, é contar com alguém sempre que precisar, uma vez que a amizade que é
amizade nunca acaba, mesmo que a gente cresça e apareçam outras pessoas no
nosso caminho, a amizade não se explica, ela simplesmente existe e sente-se,
por isso, não custa nada, dê-se valor às suas ou ás vossas amizades. Foi assim,
o Mário Marinho cresceu no seio de uma família pobre, humilde, mas felizes e
desde muito novo sempre teve o dom de cantar, e para qualquer sítio que íamos,
ou um passeio, lá estava o Mário sempre a cantar com o nosso grupo de amigos,
composto também pelo Deodato Costa, infelizmente já não se encontra entre nós,
morreu contente, morreu a cantar era o que mais gostava.
Minhas
amigas e meus amigos, quando tínhamos os nossos 17 ou 18 anos aproximadamente,
simples jovens a crescer numa freguesia que é a Ribeira Quente, uma freguesia
humilde, já pensávamos em formar uma banda musical, “conjunto musical”, era um
sonho que nós tínhamos, e quando digo nós, não posso falar do Mário Marinho,
sem fazer referência aos amigos que lhe rodeavam diariamente, o Deodato e eu
por exemplo (João Costa). Mas foi um sonho que não se tornou realidade, foi um
sonho inacabado, porque não tínhamos posses económicas para a compra dos
instrumentos, ainda assim, fui ou fomos falar com o Senhor Padre Silvino para
nos ajudar, junto das entidades competentes, das Autarquias Locais, ou mesmo do
Governo Regional, mas penso que a resposta caiu por águas de bacalhau como se
diz na gíria popular.
Recordo
também de uma outra vez em que o conjunto musical 4+1 ou também conhecido por “
Os Marretas” da Povoação, fizeram uma exibição ou atuação no salão paroquial,
num sábado à noite, e eles também já sabiam das qualidades do Mário Marinho, e propuseram-lhe
com antecedência para ele também cantar, uma canção do Marco Paulo, cujo nome:
“Uma canção foi proibida” e assim foi. Recordo-me ainda de jovens que nós
eramos na altura, pensávamos em ir concorrer ao festival da canção, era um dos
nossos sonhos, uma ambição que desmoronou-se, apenas ideias inocentes digo eu…
Não foi fácil, o amigo Mário Marinho, chegar onde chegou e felicito-lhe por
isso, pelo grande sacrifício, empenho e dedicação, porque o objetivo dele era
cantar. E, como na Ribeira Quente, ele via que o seu sonho de cantor era
difícil de se concretizar, embarca numa grande viagem, o dia 15 de junho de
1984, foi o dia em que ruma ao Canadá, porque tinha melhores hipóteses de
chegar a um patamar ou concretizar o seu sonho em realidade, e assim foi.
Na
nossa Ribeira Quente, durante uns aninhos, não muitos, já se ouvia e bem as
cassetes gravadas com a música dele, era rara a pessoa que não ouvia, a fama já
ia longe, já ia de boca em boa como se costuma dizer, mas ninguém das
instituições se atrevia a mandá-lo buscar.
Minhas
amigas e meus amigos, mas é nos anos de 1997 e 1998, que Mário Marinho pisa um
dos palcos pela primeira vez na nossa Ribeira Quente, mais concretamente nas
Festas do Divino Espírito Santo, foi assim que o pessoal ficou a conhecê-lo
como cantor, e em abono de verdade digo e cantou e encantou todos os presentes
no arraial, mesmo sabendo que minutos antes de cantar havia mordomos de outros
impérios que não acreditavam nas capacidades dele, não acreditavam que ele
cantasse como cantou, enfim… depois de cantar dirigiram-se de imediato ter com
ele, que minutos antes não apostavam nele… eu acreditei e por isso, como
responsável ou Mordomo do referido Império, contatei-lhe para vir até à Ribeira
Quente, eu apostei e não se saiu nada mal, nem estou arrependido, nem nunca me
arrependerei. Posso ainda dar-vos conhecimento que Mário Marinho pisou um dos
palcos da tão falada Festa do Chicharro, uma oportunidade que lhe foi dada e de
bom agrado essencialmente em 2006 ou 2007 salvo erro.
Minhas
amigas e meus amigos, o nosso artista Ribeiraquentense, é cantor como todos
sabem, mas também tinha excelentes qualidades de ser um bom jogador de futebol,
jogou nas equipas do Vale Formoso e Mira Mar das Furnas e Povoação,
respetivamente. Jogou como avançado nomeadamente a “Ponta de Lance”, e digo que
até ele era dotado de uma estrondosa corrida, grande velocidade com grandes
capacidades técnicas de futebolista, muito tecnicista, estávamos também perante
um dos melhores jogadores da Ribeira Quente, é a minha opinião.
Hoje
e sempre quero-lhe agradecer a ti meu bom amigo Marinho!
Agradecer
pelas horas vividas, agradecer por tudo, por ser simplesmente o melhor de todos
os amigos!
Contudo,
poderia dizer algo mais, mas fico por aqui.
Resta-me
agradecer ao meu amigo e Presidente António Couto e a todos os membros ou
diretores que lhes acompanham na Organização da Festa do Chicharro à Moda da
Ribeira Quente, fazendo votos que seja mais um êxito e levando a Ribeira Quente
aos quatro cantos do mundo.
Um
abraço amigo a todos vós!
João
Costa Bril.
Povoação,
segunda-feira, 9 de abril de 2018.
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