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sábado, 26 de fevereiro de 2022

JOSÉ VIEIRA PEREIRA - A HOMENAGEM A QUEM NUNCA QUIS SER HOMENAGEADO

Foto: Direitos reservados

Foi a 26 de fevereiro de 2014, aos 68 anos de idade, que partiu para a eternidade o povoacense José Vieira Pereira, natural da freguesia de Faial da Terra, concelho da Povoação.


A partida deste nosso irmão povoacense foi repentina e inesperada, deixando a família, a população do Faial da Terra e quem o conhecia num estado de profundo pesar pela sua morte.


José Vieira Pereira foi um cidadão sempre prestável para com todos. Deu o seu melhor à sua muito amada freguesia, o Faial da Terra, sendo esta referenciada no nosso concelho por Presépio da Ilha. José Vieira Pereira nasceu e cresceu nesta freguesia junto ao mar e rodeada pela lavoura e agricultura.

O seu pai, Manuel Vieira Pereira era lavrador. Na altura tinha já algumas cabeças de gado e uma carroça de madeira puxada por dois bois, para fazer trabalho para si e para outras pessoas. José, ajudava-o em todas as lides, até ao dia em que atingiu a maior idade indo para Ponta Delgada cumprir o serviço militar obrigatório. Na época o serviço militar obrigatória era fetuado por um período de três anos.


Não esquecendo as suas raízes depois do serviço militar obrigatório, voltou para a sua terra natal e, como todos aqueles que procuravam por trabalho, concorreu para carteiro nos CTT da Vila da Povoação. Foi aprovado e lá começou o seu estágio que o conduziu mais tarde a um lugar definitivo.

Foto: Direitos reservados 

Com a sua vida organizada casou e constituiu família.


Foi pai de 8 filhos e de mais encargos.


Com uma família grande e as dificuldades económicas não se ficou só pelo serviço de carteiro. Tinha bastantas bocas para alimentar. Por este motivo, ocupou-se de outros pequenos trabalhos que contribuíam para o equilíbrio das suas finanças familiares.


Não podemos esquecer as atividades praticadas por ele e que lhe granjearam conhecimento de muita gente. Vendeu peixe, fruta e explorou por alguns anos uma taberna.


Os seus filhos foram crescendo e aprendendo com ele a cultivar alguns produtos hortícolas, bem como muitas outras coisas que lhes foi ensinando.


Sempre com a sua vida de carteiro e a de amigo para com todos, comprou uma lavoura que lhe veio dar um desafogo à vida familiar.


Todos o respeitavam, desde crianças, jovens e idosos. Claro que não era um santo e, havia sempre alguém que não ia muito com as suas ideias, por isso lá iam roendo a corda. Mas, já Jesus Cristo não agradou a todos e no entanto foi o melhor que o mundo teve e maioritariamente não souberam aproveitar.

Foto: Direitos reservados

José teve muitos atributos no concelho da Povoação que não lhe foram reconhecidos. Quarenta e poucos anos dados de amor e coração a uma terra sem ter retribuição deste bem. Foi irmão, por convite, da Santa Casa da Misericórdia da Povoação, fez durante muitos anos parte da Comissão Fabriqueira de Nossa Senhora da Graça, foi também o impulsionador da presença de um padre para as festividades e Eucaristias do Faial da Terra. Enquanto não houve um Sr. Padre na paróquia de Nossa Senhora da Graça foi ele que assumiu as responsabilidades da igreja. Trabalhava insistentemente para conseguir um Sr. Padre semanalmente para a celebração da Eucaristia e das festividades religiosas da sua freguesia. Foi membro por muitos anos da Direção da Banda Musical Sagrado Coração de Jesus, prestando-lhe todo o apoio possível e dentro das suas possibilidades,  fez parte da Junta de freguesia local, ajudou na reconstrução do Salão Paroquial, solicitando ao governo regional apoio monetário, bem como a outras instituições particulares. Hoje é posto de trabalho para algumas pessoas, espaço de acolhimento para idosos e crianças, e é ocupado para diversas atividades lúdicas e sociais. Ajudou a erguer o Grupo Desportivo do Faial da Terra. Lutou muito para haver um Posto de Saúde decente para a população da freguesia.


Quando em setembro de 1986 todo o concelho da Povoação foi atingido por grandes cheias que abalaram também a Freguesia do Faial da Terra, lá estava José Vieira Pereira a pedir ajuda da população local e da freguesia de Água Retorta, que muito ajudaram naquelas semanas de tristeza e desânimo dos povoacenses.

Foto: Direitos Reservados

O seu último e nobre gesto foi ajudar a população do concelho da Povoação na reabertura da Cooperativa Agrícola do Leste da Povoação, para que o combustível, cereais, adubos e rações chegassem a preços mais risonhos aos lavradores.


Com um quadro preenchido de boas ações não se esqueceu de que a população não viva só de adubos e combustíveis. Levou a cabo a ideia de se abrir uma cooperativa para venda de produtos da localidade, como os licores de amora, de leite, entre outros. Esta ação foi partilhada pela Cooperativa O Celeiro Da Terra com os seus deliciosos biscoitos caseiros e, outros mais que se foram associando a esta ideia.


Terminou o seu percurso de vida familiar, profissional e social com muita determinação, crer, saber e motivação quanto baste.


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