Nos dias 23 e 24 de março
decorre nos Açores o 8º Censo de Milhafres. No decorrer destes dois dias
dezenas de voluntários voltam à estrada para contar os exemplares desta ave de
rapina, a única diurna, existente nas ilhas onde ocorre regularmente (grupos central
e oriental). O Censo de Milhafres é um projeto coordenado pela Sociedade
Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e depende quase inteiramente do
trabalho de voluntários. Apela-se à colaboração de todos os interessados.
Este censo decorre em
paralelo nos Açores e na Madeira (onde esta ave é conhecida por Manta) e a
recolha de informação é realizada sobretudo por voluntários. Para participar
desta iniciativa não são necessários conhecimentos científicos nem experiência
específica, para além de conseguir identificar um milhafre.
Ao longo das sete edições
anteriores destaca-se o contributo de 576 cidadãos, sendo que muitos deles
realizaram mais do que um percurso e já participaram em várias edições. Este
Censo fomenta o conceito da Cidadania na Ciência ou Citizen Science, como
também é conhecida, que promove a participação de qualquer pessoa em acções
científicas, aproximando-as desde modo da população e contribuindo para o maior
conhecimento da população em geral.
Para além disso, o Censo
de Milhafres é um importante contributo para identificar tendências
populacionais da espécie, isto é se o seu número está a aumentar ou diminuir e
alertar para situações de perigo desta espécie emblemática do arquipelago.
Em 2012, nos Açores, com o
esforço de 169 voluntários foi possível avistar 552 milhafres nos cerca de 1800
km percorridos. No Arquipélago da Madeira o esforço dos 36 voluntários que
percorreram cerca de 420 km permitiu registar 32 mantas.
Apesar do erro que está
sempre associado a este tipo de dados recolhidos por grande número de pessoas,
as populações desta espécie parecem estáveis quer nos Açores quer na Madeira,
apesar das flutuações anuais que são sempre de esperar em populações selvagens.
A recolha do maior número possível de dados é essencial para a obtenção de
estimativas mais robustas.
Apela-se à participação de
todos os cidadãos que queiram ser cientistas por um dia. Só com essa preciosa
ajuda será possível obter estimativas mais fiáveis do número de milhafres
existente no arquipélago.
Para mais informações
consulte a página do projeto: http://www.spea.pt/pt/estudo-e-conservacao/censos-de-aves/censo-de-milhafres-mantas/
A SPEA agradece a
participação de todos os voluntários e espera contar com todos uma vez mais!
Marque já na sua agenda. Participe e divulgue!
Foto: SPEA - Milhafre Buteo buteo rothschildi
Fonte: Andreia Amaral – Assistente
Administrativa e Comunicação Social do Projeto Life Laurissilva Sustentável
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