Não
existe preservação do nosso ambiente, se ela não for sustentada nos hábitos,
nos costumes, na cultura das nossas gentes. Por outras palavras, tudo se faz
com maior perenidade se se perceber e aceitar com naturalidade a “vida vivida”
das pessoas. Mesmo a mudança de hábitos só poderá acontecer, com a
conscientização popular e desde que esteja assente em valores próprios da
cultura das comunidades locais.
Vem isto a propósito do evento que
celebramos hoje.
Hoje
homenageamos e todos os anos por esta época, todos quantos, com sensibilidade
rara, promoveram a construção de jardins e parques, com especial relevo para o
Parque Terra Nostra, transformando a nossa terra num jardim lindíssimo, com
perfumes inebriantes, de cores as mais variadas e extasiantes. Deste exemplo de
bom gosto, pululam pelo nosso Concelho, jardins públicos e domésticos,
outrossim de grande beleza.
Celebramos
a introdução de espécies botânicas de invulgar beleza matizante que, importadas
de outras paragens deste mundo e não sendo por isso autóctones, trouxeram ainda
maior beleza à nossa terra.
Celebramos
os jardineiros da nossa terra, os maiores arquitetos do nosso embelezamento
paisagístico, verdadeiros artistas de alma despoluída que nos deixam um legado
cultural que assumimos com muita honra, porque o vivemos com enorme prazer
romântico que nos amacia a alma para o amor que é nascente pura de esperança e
de vida.
Celebramos
ainda a rainha das flores do nosso inverno quase primavera. As camélias. As camélias
sim, no plural, porque somos pertença de terra farta, de gente com saber de
experiência feita, quais cientistas da botânica que ao longo de séculos progenitaram
o surto de variadíssimas espécies de camélias. Dizem-me que não há outra terra
no mundo, com tamanha variedade de camélias.
A
camélia, flor muito linda, mas muito frágil e de grande sensibilidade.
Traduzindo, diria, aliás como outros o escreveram melhor, que a camélia é a
flor do amor romântico, belo e triste, de íntima delicadeza, em busca dum
carinho quantas vezes errante.
A
camélia é uma flor que insinua a sua beleza: pelas suas formas e pelas suas cores,
ficamos entusiasmados, mas verdadeiramente ficamos apaixonados quando lhes
tocamos e quando, com este toque, as cheiramos com desvelo e carinho. Vivamos
assim a vida!
Homenageamos
aqui também e com muito apreço o Fernando Casado, assim como todos quantos
integram a sua equipa. Por eles, os tais arquitetos da paisagem, os tais
cientistas de saber de experiência feita, verdadeiros artistas de alma
despoluída, apaixonados pela terra e pelas flores, recebemos um legado de
incalculável valor que urge preservar à maneira deles, tal como eles fazem,
porque só eles o sabem fazer assim.
Por
causa deles a nossa vida é mais bela. E o Nosso
Concelho o Mais Lindo dos Açores!
Obrigado
Carlos
Ávila
Fotos: Dr.ª Edite Miguel
Fotos: Dr.ª Edite Miguel
Sem comentários:
Enviar um comentário