Diversos
são os países que festejam o Carnaval, enumera-los a todos seria fastidioso,
por isso cito alguns; no Continente europeu famoso é o de Veneza, outros,
também, conhecidos Florença, Colónia e Paris: fabuloso o Carnaval carioca do
Rio de Janeiro, no Brasil, digo que é o diamante da América do Sul. Milhares de
participantes envolvidos em fantasias riquíssimas vistosas, samba que samba e
volta a sambar, Carnaval é rei de euforia é loucura…
Neste
nosso Portugal Continental e regiões autónomas somos danadinhos por um pezinho
de dança, carros alegóricos, trajes ricos ou pobres vagueiam mascarados ou
maquilhados, cortejos de rua bailes e bailaricos, etc, etc.
A
folia carnavalesca está a rebentar anda por aí; no anteceder da Quaresma
campeia a amizade, com dia de amigos, amigas, compadres e comadres e o
“Gordinho Domingo” é Carnaval quadra de bulício e fantasia.
Como
sabem nestes dias acontecem peripécias jocosas e maliciosas: a fêmea é uma
delas.
Taxista
foi Carlos Manuel a conduzir o carro, vendo seu irmão deu-lhe boleia, Luís, na
época um jovem imberbe de corpo torneado, fantasiou-se de mulher com vestido
bonito, sobre o peito bailava um colar com o movimento do corpo, uma peruca
vistosa, mãos calçadas de luva, uma boa maquilhagem, pernas e pés calçados de meia
fina e sapatos de tacão alto, que o desequilibrava de quando em vez, sua beleza
era o seu calcanhar de aquiles.
Conduziu
Carlos Manuel o táxi para o cais de Vila do Porto, era dia de São vapor o que
era usual dizer-se…
Rapaz
natural da freguesia de Santa Bárbara taxista novato na idade e profissão ao
ver o Carlos acompanhado da jovem bonita ficou com “água na boca” aproveitando
um momento que Carlos estava só indagou:
-
Quem é aquela fêma? Ela dá jeitos?
-
Sim – disse-lhe Carlos que falou com o irmão para ir com o taxista
“conquistador”.
Sorrindo
e com jeito de não me toques entrou Luís no carro que subiu a estrada da Birmânia,
convencido que levava uma fêma com ele. Parou o taxista o carro e ai começou o
ataque dando um apalpão no peito do Luís, deu Luís um gritinho exclamando – Não
que me magoas! Eu não sou destas!
Vá
lá, vá lá eu dou-te cem escudos.
Disse
o Luís – Dá-me primeiro os cem escudos.
Assim
aconteceu, logo depois a mão atrevida massagista, danada no apalpar, subiu um
pouco entre as pernas e surpreso ficou ao topar o cabide do Luís – Deu pulo de
macaco exclamando – Obei! Tu não és uma fêma, é um home!
Gargalhou
o Luís e devolveu os cem escudos logo depois trouxe o Luís para junto do irmão,
com cara de palmo e meio disse: - vocês não me enganam mais!
Sorriram
eles, dizendo – Não caias noutra conquistador. Para que ninguém saiba vai-nos
pagar uma cerveja na tasca do Mestre José.
Obei!
Era o que faltava…
As
danças populares carnavalescas que calcorreiam nossas ruas são alma do povo que
tem ganas de chorar mas que ousa brincar, espanta a dor, sorri à vida solta
brado alegre hoje amanhã e depois é Carnaval.
Benjamim
Carmo
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