O Músico Açoriano Rafael Carvalho, natural da Freguesia da Ribeira
Quente apresentou ontem, 22 de janeiro de 2016, o seu segundo livro “Método para Viola da
Terra – Básico” na sua terra natal.
Depois de Ponta Delgada foi a vez
da sua terra natal assistir ao lançamento do segundo volume “Método para a
Viola da Terra- Básico”. Rafael Carvalho fez questão que assim fosse como em
outros lançamentos que já aconteceram, fazendo um balanço positivo do novo
produto apresentado na Junta de Freguesia da Ribeira Quente. “Até agora as
coisas estão a correr bem. Mas quando digo que estão a correr bem é porque se
trata de um livro técnico, portanto a adesão nunca é a mesma de um livro comum.
Também a existência de dois CD’s faz com que haja uma maior afluência na
compra. Os CD’s são diferentes pois as pessoas não precisam dominar os termos
técnicos para os comprar e portanto a venda dos CD’s corre sempre melhor do que
a venda dos livros. Quem procura os livros são, de facto, pessoas que gostam da
viola porque podem querer ter uma recordação ou pessoas que se dedicam ou usam
o livro para a aprendizagem”, explicou Rafael Carvalho.
O trabalho de Rafael Carvalho tem
ido além-fronteiras e tem sido mais uma ferramenta para o intercâmbio de
conhecimentos entre os profissionais e aficionados das violas. “Temos uma rede
de amigos, de pessoas de violas de norte a sul do país, Madeira, Brasil e
Açores e portanto é normal trocarmos entre nós os CD’s que vamos produzindo, os
livros que vamos fazendo e, claro, também nas comunidades da diáspora como o
Canadá e Estados Unidos. Mas nestes locais são mesmo pessoas que gostam da
viola, principalmente no Canadá. Há 4 ou 5 pessoas que me contactaram pelas
redes socias e acabaram por ter acesso aos livros antes de serem ainda
publicados porque queriam mesmo ter os exemplares”, acrescentou.
A viola da terra é um instrumento
que, durante algum tempo, esteve minimizado no panorama musical açoriano. Com o
trabalho desenvolvido por Rafael Carvalho apareceu outra fragilidade e daí
nasceram as suas publicações. “Os livros “Métodos para a Viola da Terra”
aparecem por necessidade porque não havia nada assim. A viola ensinava-se pela
tradição oral e claro, se os velhos mestres iam falecendo, ia desaparecendo com
eles o seu conhecimento. A viola da terra está, de facto, ligada ao
Conservatório há mais de 30 anos porque o mestre Miguel Pimentel ensinava, mas
por imitação e depois o nosso conterrâneo das Furnas, o professor Ricardo Melo,
consegue em 2004/2005 que ela entre para o curso básico do Conservatório.
Quando entrei em 2008, tinha apenas 5 alunos, atualmente tenho 15, portanto tenho
horário completo. O primeiro volume do meu trabalho escrito é mesmo para a
iniciação. É direcionado para todas as pessoas mas, sobretudo para os mais
pequeninos, pois não havia mesmo nada nestes moldes. O primeiro tem
ilustrações, tem muitos desenhos, com o priôlo, com a viola, peças infantis de
iniciação que depois vai aumentando o grau de dificuldade. Ou seja, é mesmo um
livro de apresentação para aprendizagem inicial. O segundo volume é o volume
que mais interessa a quem se dedica à viola da terra no dia-a-dia; grupos
folclóricos, grupos de cantares, foliões, estrelas, porque tem lá mais de uma
centena de peças do nosso cancioneiro, do nosso folclórico e mesmo dos nossos
reis. Ou seja, depois das pessoas já terem as noções iniciais, é um livro com um
reportório para o nosso dia-a-dia e para servir o meio. Obviamente que o meu
objetivo será o terceiro volume. Este sim, é o que terá as peças mais difíceis,
peças instrumentais da viola da terra que chegaram aos nossos dias graças aos
registos dos velhos mestres. Queremos que, cada vez mais, pessoas sejam
executantes solistas da viola e esse então é que é o terceiro volume que está a
ser pensado para acabar a coleção dos três volumes”, elucidou o professor da
viola da Terra.
Gabinete de Comunicação e Imagem da Câmara Municipal da Povoação
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