Raimundo
Leonardes, natural do Topo, Ilha de São Jorge, é um dos construtores de
instrumentos da nova geração mais reconhecido nos Açores. As suas Violas da
Terra possuem características de sonoridade, afinação e construção que o tornam
já uma referência no panorama da construção regional.
Para além disso, é um dos grandes pioneiros na
“eletrificação” das Violas da Terra, com excelentes resultados práticos para a
mobilidade dos artistas em palco e para uma melhor captação do som do
instrumento em palcos e contextos que o exijam.
De 18 a 24 de
janeiro o construtor está a frequentar o “Curso de Luteria” ministrado por
Luciano Borges, no Brasil, com o objetivo de expandir a sua formação na construção
de instrumentos, nomeadamente no Violão e Viola Caipira, os instrumentos base
deste curso.
Neste curso
aprende-se a fundo todos os pormenores inerentes à construção. Desde a escolha
de madeiras, técnicas de trabalho como o corte, colagem, envernizamento,
reforços da caixa, reforços das ilhargas, vias sonoras do tampo, entalhe do
braço e muitos outros.
De forma prática
e intensiva, durante uma semana, todos os alunos constroem os seus próprios
instrumentos sob a orientação do Professor Luciano Borges e uma equipe de
Luthiers disponíveis para auxiliá-lo durante todo o processo. Este é o “15.º
Curso de Luteria de Viola e Violão”, conta com um limite de 12 inscritos, e, no
final do curso, cada formando traz consigo o instrumento construído.
Apesar da técnica
de construção de Raimundo Leonardes ser já bastante desenvolvida, e de
qualidade reconhecida, este Luthier
Jorgense acredita que ainda tem margem para progredir. Com esta convicção
assumiu, ele próprio, todas as despesas de deslocação e de inscrição neste
curso, procurando uma formação mais específica e profissional que não existe na
região. Ao mesmo tempo, adquire outras perspectivas, novas ideias e
conhecimentos quanto a outras formas de melhorar os processos que já domina na
construção de instrumentos musicais, que serão uma mais valia para as Violas da
Terra que constrói e outros instrumentos de corda, e que podem ainda vir a ser
partilhadas com outros construtores da nossa Região, caso se criem condições
para formações na área ao nível Açores.
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