secretário regional da Educação e Cultura dos
Açores, Avelino Meneses, reiterou hoje que antes de 2020 "não será
possível" construir uma nova escola secundária na vila da Povoação, ilha
de São Miguel.
"Com os recursos disponíveis, não será
fácil até 2020 albergar um semelhante projeto no âmbito das construções
escolares, a cargo da Secretaria Regional da Educação e Cultura", insistiu
o governante, na Assembleia Legislativa, na Horta, Faial, lembrando que os
planos do Governo Regional "não contemplam", para já, este
investimento.
O governante respondia, assim, à bancada do PSD,
que apresentou uma proposta de resolução no parlamento a recomendar ao
executivo regional que avance com a obra, por considerá-la
"prioritária".
"Na atual escola, a falta de condições não
encontra paralelo em qualquer outro estabelecimento de ensino dos Açores e o PS
não quer que se avance com uma nova escola até 2020", lamentou o deputado
social-democrata Joaquim Machado.
O parlamentar referiu que a construção de uma
nova escola básica e secundária na Povoação corresponde a um "desejo
antigo" da população, uma vez que as atuais instalações não garantem nem a
segurança nem a qualidade que se exige atualmente.
O secretário da Educação salientou, porém, que
não há dinheiro para tudo e que é preciso acudir a situações urgentes no setor,
como a do bloco D da escola das Capelas, que vai ser encerrado, por
"questões de segurança" e que vai obrigar o executivo a antecipar a obra
prevista para aquele estabelecimento de ensino.
A intervenção de Avelino Meneses não se resumiu,
no entanto, a justificar as razões para a não construção da nova Escola da
Povoação, acusando o PSD de ser um partido de "biscates" que, no seu
entender, rege a sua atividade pelo calendário eleitoral e, como tal, "é
um descrédito" para a democracia.
"Esta falta de critério, mesmo de rumo, é
um descrédito para a política, para toda ela, é um descrédito para os
políticos, para todos eles. É por estas e por outras que entre o povo reina a
desconfiança da política e o alheamento da política", apontou Avelino
Meneses.
O deputado do PSD lamentou que o governante
tenha reincidido nas "críticas avulsas, impróprias, injustas e
intempestivas ao parlamento", declarando que já no passado o secretário
utilizou referências menos próprias ao funcionamento do órgão máximo da
autonomia regional.
"Esse seu tom doutoral e essa superioridade
moral não o tornam mais sério, nem mais credível do que ninguém",
retorquiu Joaquim Machado.
Críticas repetidas também por Paulo Estêvão, do
PPM, que considera mesmo que Avelino Meneses revela uma postura semelhante à
dos tempos do "Estado Novo" e, nessa medida, "não tem lugar
neste parlamento".
A proposta do PSD acabou chumbada apenas pelos
deputados da maioria socialista, apesar de ter o apoio dos restantes partidos
com assento parlamentar (CDS, BE, PCP e PPM).
Fonte: Lusa /AO Online / 14 de janeiro de 2016
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