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terça-feira, 18 de março de 2014

21 DE MARÇO – DIA MUNDIAL DA TRISSOMIA 21 PARA MIM A COMEMORAÇÃO DE UMA VIRAGEM DE PÁGINA!

A declaração Universal dos Direitos Humanos inicia-se com uma definição de igualdade de oportunidades: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”.

Esta proclamação, da mais elementar justiça esbarra com a realidade em que cada um vive.

Os direitos de cada pessoa serão diferentes consoante o país a região em que nasça.

Pese embora o contexto desfavorável e muito exigente dos tempos que correm e qualquer que seja a tempestade, neste caso de valores, é um ponto de viragem a partir da qual se dá um despertar da CONSCIÊNCIA.

De resto, o recuo preconceituoso e ressentido vai dando lugar à inteligência manuseada, com misto de inteireza e delicadeza, de força de subtileza da verdade, de convicções fortemente vividas e também do frio melancólico das desilusões inevitáveis.

Como costumo referir, a escritora Fátima Marinho que tem um sobrinho com trissomia 21, diz “Como será que quem nunca vi o amor o reconhece?”

Ser mãe de um filho especial é falar de algo maior, um misto de sentimentos sobre um amor que doí, que corrói e que ao mesmo tempo nos mostra que existe um ser, uma energia, um Deus, que nos coloca à prova, que nos coloca de frente com o que realmente somos. Receber um filho com Trissoma 21 vira-nos do avesso, afinal é inesperado! Quantas coisas negativas passam pela cabeça…
 
Calma, tudo isso passa!!

Aqui estou eu para vos ajudar com o meu humilde testemunho. Depois do choque, a vida real, você tem um bebé indefeso que como qualquer outro precisa de ser amado, alimentado coisas naturais da vida.

A VIDA, mistura de sabores, horas doce horas amarga, independentemente, do filho que se tem. Um filho, seja como for, é um presente, o mais caro e raro, é único (mesmo que tenhamos 3 ou 4 cada um será UM).

É isso! Tudo vai depender do nosso olhar. Ao passar o turbilhão da notícia espere, chore, respire fundo e sinta. Sinta-se honrado com todo este processo de trabalho árduo, complicado e continuo. É essencial ter saltos de fé para este desafio constante.

À luz do conhecimento estamos em constante mutação, contudo existe um elemento chave o “AMOR.

A determinação será um ingrediente a juntar ao amor, saber conciliar os sentimentos e dar uma nova visão ao futuro.

Às vezes, são adicionados novos ingredientes à vida, pois tudo o que pensávamos certo, poderá surpreender-nos e as razões não serão mais as razões certas.

Mas curioso é que, sem sabermos bem porquê, o mundo muda e nós mudamos com o mundo.

É preciso respeitar as IDEIAS, é preciso, precocemente, criar mentes críticas e discutíveis, não tentar adiar os problemas e as soluções e ter atitudes positivas.

É preciso não ter medo das palavras, há sempre um perigo a espreitar-nos a pôr-nos à prova como pano de fundo.

Mas o desejo de intervir, é como se uma mão divina, oculta, invisível, mas presente, que nos toca e sussurra perante mim serás “The last but not the least”. Dar voz à determinação, e pensar que conseguimos mais, mesmo quando em nós há o abandono da fé.

Para lá de um objetivo  muito singular, (lutar pela deficiência), que merece um especial aplauso, existe o desejo, esta vontade de ação, que me faz dizer, que a escrita, plena de vigor e incentivo, que sonda, vigorosamente, toda a nossa resistência perante a vida decerto não é igual para todos.

 É como o sol, brilha para todos, mas nem todos o sentem, porque algo real e cruel entranha no ser humano o distrai e lhe retira o sol…sim o Sol!

O que ressalta, de imediato, no nosso pensamento é a obsessiva questionação das coisas e da sua ausência…onde estarão? E surge o silêncio existencial…serei privilegiado?

 “Só quem tem jardim é que dá flores”

Às vezes, gostaria de ser água do mar, porque do nada se torna a levantar e a cair e levantar sempre cada vez mais forte. Há coisas que não se explicam, sentem-se…! E até por minha conta e risco, sim porque há quem duvide das ideias e inteligências alheias! Em termos transversais pode dizer-se: “A alma molda-se à densidade da dor”.

 O som da dúvida será só para aqueles…

Às vezes a fatura a pagar revela-se elevada, mas o calor não existe só no Verão, mas sim quando se tem o calor de um abraço, dum sorriso.

Sou, assumidamente, uma apologista dos afetos, a meu ver a crise é mais de valores do que de outra coisa qualquer!

E porque tenho esperança, nunca adormecer de louros colhidos, nunca espero palmas nem elogios ou distinção, apenas e somente uma oportunidade, claro está! De amar incondicionalmente. Uma busca de espaço de respeito de tudo…e nunca será excesso de linguagem dizer o que deve ser defendido.

Sem querer ser exaustiva, neste momento pretendo dar uma mensagem que não é só minha. É este o objetivo principal, aceitar e não abortar, amar e depois desejar, conquistar e para sempre abraçar uma causa, UM FILHO!

Adriana Amaral

Fotos: Google imagens

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