O
vulcanólogo Vítor Hugo Forjaz defende a criação de um parque geotérmico que
compreenda o vale das Furnas e toda a zona sul até à freguesia da Ribeira
Quente, concelho da Povoação, ilha de São Miguel.
É
nas Furnas, que atrai anualmente milhares de turistas, que se realizam os
tradicionais cozidos em vapores geotérmicos, possuindo a freguesia grande
potencial térmico, científico e flora invulgar.
"O
parque geotérmico não é nenhuma invenção minha, sendo uma estrutura turística e
científica que existe em vários países como o Japão, Indonésia, Itália ou
Grécia", diz Vítor Hugo Forjaz, em declarações à agência Lusa.
O
cientista, que esteve na origem do Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos
Açores, refere que "apenas se pretende transplantar para os Açores uma
ideia 'sui generis' na região, que contempla uma zona onde as pessoas, para
além de observarem fumarolas e águas termais, podem relacionar as mesmas com
atividades científicas e lúdicas".
"No
caso concreto dos Açores, o parque geotérmico está a ganhar balanço, uma vez
que ainda não há dinheiro disponível, apesar das verbas não serem elevadas.
Será numa segunda fase que se lançará o início da tarefa. Mas ele
mantém-se", afirma.
O
vulcanólogo explica que, em termos de dimensão, o parque geotérmico compreende
uma área retangular com dois quilómetros de largura e oito de extensão que
contempla a zona submarina da Ribeira Quente e a própria freguesia, terminado
numa zona próxima do Pico do Ferro, na periferia das Furnas.
"Claro
que o parque geotérmico se sobrepõe a uma parte do geoparque e do parque
natural, mas é muito vulgar noutros locais do mundo existirem sobreposições ao
mesmo tempo, sendo a área tratada de outra forma. No caso de São Miguel, não há
colisões desde que haja civismo e respeito pela atividade de cada um",
defende.
Vítor
Hugo Forjaz considera que "o parceiro natural é a Câmara Municipal da
Povoação, que pode não se mostrar interessada nesta altura por ter outros
compromissos mais urgentes", admitindo a existência da criação de uma
outra entidade para a sua gestão.
O
vulcanólogo defende "um turismo que tem que preservar a natureza, uma vez
que este é um conceito moderno e cada vez mais premente".
O
cientista identifica como potenciais fontes de receita do parque geotérmico a
aplicação de taxas, de bilheteira, publicações e desenvolvimento de atividades
várias.
Vítor
Hugo Forjaz refere que a criação do parque geotérmico envolve economistas,
arquitetos e geólogos de vulcanismo num processo que deverá levar cerca quatro
anos a concretizar.
por Lusa, texto publicado
por Isaltina Padrão
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