Estima-se
que mais de 300 mil portugueses tiveram um ataque de falta de ar no último ano,
incluindo uma em cada quatro crianças com idade entre os 3 e os 5 anos. Dados
nacionais sobre a prevalência da asma revelam que apenas cerca de 5 por cento
das crianças em idade pré-escolar está corretamente diagnosticada com a doença
quando se demonstrou que cerca de 10 por cento tiveram 4 ou mais ataques de
falta de ar no último ano. O estudo adianta ainda que a taxa de internamento
pediátrico continua muito elevada.
“A
asma está ainda pouco diagnosticada e continua incorretamente tratada. Não
existe também uma perspetiva preventiva instituída em todo o sistema de saúde.
É inexplicável, e injustificável, por exemplo, que continue sem comparticipação
a vacinação anti-alérgica, a qual criteriosamente prescrita por especialistas
permite interferir significativamente na evolução desta doença, ou seja, na sua
história natural”, explica o médico Mário Morais de Almeida.
A
investigação sobre asma revela ainda que mais de 700 mil pessoas com asma
tiveram queixas no último ano e que mais de 500 mil doentes fazem regularmente
medicação para esta doença inflamatória crónica. A asma afeta 1 milhão de
pessoas e mais de 10 por cento dos idosos em Portugal.
“Atualmente
é indiscutível que esta doença crónica, muito frequente, transversal a todos os
grupos etários, deve merecer uma atenção particular, quer nos aspetos de
diagnóstico, quer nas ações que podem permitir melhorar o seu controlo. Mais de
40 por cento das pessoas com asma continuam mal controladas e a maioria delas
não tem consciência em quanto a sua qualidade de vida está afectada”, refere
Mário Morais de Almeida.
Por
este conjunto de razões, para possibilitar um aumento da notoriedade desta
doença ainda associada a muitos mitos e crenças, a SPAIC, por decisão dos seus
sócios e à semelhança de sociedades científicas internacionais similares,
adotou um novo nome, passando a incluir ASMA na sua designação: Sociedade
Portuguesa de Alergologia, Asma e Imunologia Clínica – SPA2IC.
Nos
últimos anos foi esta a sociedade científica que no nosso país mais contribuiu
para a investigação e conhecimento sobre a asma. Para além de vários estudos
publicados e de múltiplas iniciativas de educação médica e sensibilização para
o público em geral, a SPA2IC esteve sempre empenhada com o objetivo de promover
a saúde dos portugueses, ao melhor custo possível, sem desperdícios, defendendo
a causa e os interesses das pessoas com asma e outras manifestações de alergia.
A
asma é uma doença inflamatória crónica dos brônquios que se inicia,
habitualmente, na infância, mas que pode surgir em qualquer idade. Os sintomas
típicos desta doença são a tosse, chiadeira no peito ou pieira, falta de ar,
aperto no peito, que se podem agravar com o esforço físico, e cansaço ao fazer
as atividades do dia-a-dia.
Os
doentes com asma, se estiverem controlados, podem fazer as suas atividades,
quer profissionais ou escolares, quer desportivas, sem qualquer limitação da
vida diária. O tratamento adequado é fundamental para uma melhoria da qualidade
de vida.
Fotos: Google imagens
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