Cheguei antes das dez. No Valzinho cantavam os pássaros. O vento norte trazia, pouco a pouco, uma nuvem de chuva fina e fria. Abracei o Theo em primeiro lugar. Estava sentado no portão à espera do Teodoro. A seguir abracei a Nina. Pensamos as duas o mesmo: este Valzinho realiza-se nos eventos e os eventos nas pessoas. Faltava o nosso Terry, a nossa força da natureza, a distribuir tshirts e a organizar o tempo de cada “momento”. E faltavam os amigos que enchiam a floresta de música e poemas.
Estava o Fringe. Sempre presente. Porque onde há artistas e pessoas empenhadas, há Fringe.
O nosso primeiro momento foi a aula de ioga com a participação das crianças. De pequenino se deve aprender que Fringe é unidade, partilha e valorização de cada um.
A seguir fizemos a habitual visita ao Valzinho e colhemos a salada sob a orientação da Nina, que deu nome e explicou o valor nutricional de cada folha colhida. Com essas folhas fizemos a salada que foi partilhada com os petiscos que cada um de nós criou e trouxe. As crianças comeram connosco e portaram-se como gente crescida: comida saudável, águas aromatizadas e muita alegria preencheram a nossa refeição partilhada.
O grande momento de partilha aconteceu no jardim, debaixo das árvores enquanto as crianças brincavam. Partilha de cancões, poemas e testemunhos. Pelo meio, a convicção de que a pandemia nos trouxe nova consciência a alguns níveis, mas que a vemos todos como um momento único de aprendizagem.
“Quem tem corpo dança” é um workshop da Nina que animou mais de uma hora da nossa tarde. Música e ritmo para todos num omento de descontração e alegria a que se
seguiu o lanche.
O Fringe acaba sempre com uma partilha junto ao fogo. Assim foi.
Cumprimos o programa. Na paz da natureza e na alegria das crianças. Na saudade tranquila e na certeza do reencontro. Porque a vida nos ensinou este ano, que é possível fazer assim.
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