O Clube de LeYtura assinala o seu 1º aniversário neste Dia da Criança com a apresentação dos resultados de um estudo, efetuado junto de milhares de Encarregados de Educação portugueses, sobre os hábitos de leitura das crianças e das famílias, especialmente durante o recente período de confinamento. Entre muitos outros dados, o estudo revela que a leitura pode ter ajudado as crianças a esquecer a pandemia e que muitos pais vêem a leitura como elemento de união familiar.
HÁBITOS DE LEITURA - O QUE MUDOU NA QUARENTENA?
No âmbito do seu primeiro aniversário, hoje celebrado, o Clube de Leytura, clube de subscrição de livros infantis, juntamente com a LeYa Educação, apresentam os resultados de um estudo que teve como objectivo apurar o que mudou nos hábitos de leitura das crianças e das famílias portuguesas durante o período de confinamento mas, também, conhecer melhor esses mesmos hábitos entre os jovens leitores e nos seus agregados familiares. Trata-se de um estudo nacional, realizado através do Google Forms junto de mais de 140 mil Encarregados de Educação de todo o território nacional.
Dos 2483 inquéritos recebidos, 92,6% referem-se a crianças com mais de 6 anos e 7,4% a crianças dos 0 aos 6 anos. Existe equilíbrio entre os géneros das crianças (53,8% são do sexo feminino e 46,2% do sexo masculino), sendo que o estudo se divide entre os pais cujos filhos são autónomos na leitura (84%) e aqueles cujos filhos não são autónomos na leitura (16%).
Estão representados todos os distritos e regiões autónomas de Portugal, sendo que a maioria das famílias inquiridas se encontram nos distritos de Lisboa, Porto e Setúbal.
As respostas recebidas permitiram tirar conclusões úteis para todos os que vêem no livro e na leitura elementos insubstituíveis na construção do conhecimento e no desenvolvimento das crianças e dos jovens.
Ler ajudou crianças a esquecer a pandemia?
Entre as conclusões apuradas, destacam-se algumas como o facto de, entre os pais cujos filhos não são autónomos na leitura, mais de metade (59%) terem passado a ler mais para os filhos no período de quarentena e, também, mais de metade terem referido que a quarentena lhes deu mais tempo para ler para os filhos. Já entre os pais cujos filhos são autónomos na leitura, a maioria (61%) refere que os filhos leram mais frequentemente a partir do momento em que se viram em situação de confinamento e, talvez o dado mais surpreendente neste conjunto, a maioria dos pais (80,6%) considera que a leitura ajudou, mesmo, a esquecer a pandemia.
No que diz respeito às virtudes da leitura, entre pais cujos filhos não são leitores autónomos, 46% aponta o desenvolvimento da linguagem e da imaginação como as principais razões pelas quais lêem para os filhos. Neste grupo, ainda, praticamente todos os pais inquiridos (97%) consideram que ler para os filhos fará com que estes venham a ter hábitos de leitura consistentes.
Entre os pais cujos filhos lêem autonomamente, a maioria (87%) tinha, já, o hábito de ler para os filhos antes de estes se tornarem leitores autónomos, e 70% afirma que os livros passaram a fazer mais parte do dia a dia das crianças depois de estas se tornarem autónomas na leitura. A maioria dos pais (84,5%), no entanto, gostaria que os filhos lessem mais e revela, também, não saber o que fazer para que isso aconteça. Um dos dados mais relevantes foi, no entanto, a constatação de que a maioria dos pais (80%) reconhece que a leitura é uma atividade que une a família.
Em todos os grupos inquiridos, quase todos os pais (99%) acha que a leitura melhora o desempenho escolar dos filhos e a mesma percentagem considera importante incentivar a leitura nos mais novos.
Pais valorizam livros escolhidos por quem sabe
Foram também efetuadas perguntas sobre os hábitos de compra de livros. Neste campo abordaram-se aspectos como a frequência de compra de livros infantis ou a influência do preço nessa mesma frequência. Enquanto promotor do estudo, o Clube de LeYtura, que conta com um alargado conjunto de autores no papel de curadores das escolhas dos livros que envia para os seus subscritores, quis saber se os pais consideravam que a possibilidade de os seus filhos obterem livros escolhidos por especialistas os faria ler mais. A larga maioria dos inquiridos (71%) respondeu afirmativamente.
Principais conclusões
Pais cujos filhos não são autónomos na leitura (397 inquéritos respondidos):
· A maioria (83,9%) dos pais lê para os filhos desde o nascimento.
· A maioria (43,2%) dos pais que têm por hábito ler para os filhos, fá-lo diariamente.
· Na maioria das famílias (75%), ler para as crianças é algo que é feito à hora de deitar.
· Para praticamente metade dos pais (48,9%), a leitura em família é feita aos dias de semana, embora não sejam poucos (36%) os que preferem o fim-de-semana.
· Para a maioria dos pais (46%), o desenvolvimento da linguagem e da imaginação são as principais razões pelas quais lêem para os filhos. O desenvolvimento do gosto pelos livros (26%) e a cumplicidade com os filhos (18%) são também motivos relevantes.
· A maioria dos pais (97%) considera que ler para os filhos fará com que venham a ter hábitos de leitura consistentes.
· A maioria dos pais (99%) considera que a leitura melhora o desempenho escolar dos filhos.
· Mais de metade dos pais (59%) passaram a ler mais para os seus filhos no período de quarentena.
· Mais de metade dos pais (55%) referem que a quarentena lhes deu mais tempo para ler para os filhos.
· Livros de fantasia (27,7%) e livros com atividades (23%) foram os preferidos pelos pais para lerem aos filhos durante o período de quarentena.
· A maioria dos pais (88%) considera que a leitura é uma atividade que une a família.
· Ver televisão e jogar jogos eletrónicos são as atividades de maior preferência das crianças. A leitura é a atividade que as crianças menos preferem.
Pais cujos filhos são leitores autónomos (2084 inquéritos respondidos)
· A maioria dos pais (87%) tinha o hábito ler para os seus filhos antes de estes se tornarem leitores autónomos. E a maioria destes (42%) deixou de ler para os filhos a partir dos 6 anos. Apenas 8% continuam a ler em família, apesar de os filhos já serem leitores autónomos.
· A maioria dos pais (70%) afirma que os livros passaram a fazer mais parte do dia-a-dia das crianças depois de estas se tornarem autónomas na leitura.
· A maioria dos pais (74,3%) afirma que os filhos lêem todos os dias ou 2 a 3 vezes por semana.
· Os pais revelam que os filhos preferem ler antes de dormir (47,5%) ou ao final da tarde (31,7%).
· A maioria dos pais (84,5%) gostaria que os filhos lessem mais.
· A grande maioria dos pais revela não saber como fazer para que os filhos leiam mais.
· Quase todos os pais (99,1%) acham que a leitura melhora o desempenho escolar dos filhos.
· A maioria dos pais (61%) refere que os filhos lêem mais frequentemente desde que se encontram em confinamento.
· Livros de aventura e suspense (33,3%) e livros com atividades (28,1%) foram os preferidos dos jovens leitores durante a quarentena.
· A maioria dos pais (80,6%) considera que a leitura ajudou a esquecer a pandemia.
· Entre os leitores autónomos, jogar jogos eletrónicos é a atividade preferida. Também aqui, a leitura surge como a atividade menos preferida.
· A maioria dos pais (80%) reconhece que a leitura é uma atividade que une a família.
· Mais de metade dos pais (51%) consideram que os filhos têm hábitos de leitura consistentes.
Perguntas relacionadas com os hábitos de compra (2483 inquéritos respondidos):
· 71% dos inquiridos refere que costuma comprar livros infantis.
· 31% dos inquiridos compram livros de 3 em 3 meses. Cerca de 19% compram livros duas vezes por ano, 12% compram uma vez por ano e 9% raramente compra. Estes dados indicam que 40% dos inquiridos não compra livros regularmente.
· O preço é sempre um fator de peso nos hábitos e comportamentos de compra e os livros não são exceção: 84% dos inquiridos refere que se os livros fossem mais baratos, comprariam mais.
· 71% dos inquiridos reconhece que os seus filhos leriam mais caso especialistas selecionassem para eles os livros adequados. (nota: esta é uma conclusão relevante para o Clube de LeYtura, promotor do presente estudo, cujos subscritores recebem livros infantis seleccionados por vários autores que têm aqui o papel de curadores)
· 99,3% dos inquiridos considera importante incentivar a leitura nos mais novos. Quando questionados “porquê?” a maioria dos pais refere a leitura como base do desenvolvimento da criança e como sabedoria e aprendizagem.
Sobre o Clube de LeYtura
Lançado a 1 de junho de 2019, e a completar hoje o seu primeiro ano de vida, o Clube de LeYtura é um clube de subscrição de livros infanto-juvenis. Um simples registo em clubedeleytura.com permite que crianças e jovens portugueses recebam, todos os meses, dois livros cuidadosamente selecionados por editores, escritores, ilustradores, professores e outros especialistas, que formam o seu coletivo de curadores. Pensada para cinco faixas etárias, entre os 0 e os 13 anos, esta selecção mensal de livros permite aos mais jovens desenvolver hábitos de leitura regulares e consistentes e, aos adultos, ganharem momentos de leitura com as crianças e os jovens, com livros adequados à sua idade. A subscrição do Clube custa 9,90€ por mês, o que equivale a um desconto de cerca de 40% face ao preço de capa dos livros. Siga-nos no facebook.
Curadores do Clube de LeYtura: Afonso Cruz; Alice Vieira; Ana Maria Magalhães; António Mota; Carla Teixeira Pinheiro; Isabel Alçada; Isabel Zambujal; João Pedro Mésseder; José Fanha; José Jorge Letria; Lara Xavier; Manuela Castro Neves; Margarida Fonseca Santos; Maria João Lopo de Carvalho; Professora Isa Gomes; Patrícia Furtado; Professora Paula Melo; Rachel Caiano; Rosário Alçada Araújo; Sara Rodi.
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